Alemanha diz que fim do governo Assad é "um grande alívio" e Espanha pede solução "pacífica" para a Síria
Renúncia de Bashar al-Assad mobiliza reações internacionais, com Alemanha alertando para riscos de radicalização e Espanha defendendo estabilidade
247 - A renúncia do presidente sírio Bashar al-Assad após mais de uma década de guerra civil desencadeou reações significativas na comunidade internacional. Enquanto a Alemanha classificou o fim de seu regime como "um grande alívio", a Espanha defendeu uma solução pacífica que respeite a integridade territorial e os direitos do povo sírio, relata a Al Jazeera.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, foi contundente ao comentar a saída de al-Assad. “O fim [do regime] de al-Assad representa um grande alívio para milhões de pessoas na Síria”, declarou em uma série de postagens no X. Contudo, ela fez um alerta: “o país não deve agora cair nas mãos de outros radicais, qualquer que seja a forma que eles assumam”.
Baerbock ainda destacou a responsabilidade das partes envolvidas no conflito para evitar novas ondas de violência e proteger minorias vulneráveis. Ela relembrou as graves violações de direitos humanos atribuídas ao ex-líder sírio. “Ele assassinou, torturou e usou gás venenoso contra sua própria população. Deve finalmente ser responsabilizado por isso”, afirmou a diplomata alemã.
Espanha pede estabilidade e diálogo político - O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, também se manifestou sobre a crise na Síria, pedindo um processo pacífico de transição. “Qualquer solução para o futuro da Síria deve ser pacífica, beneficiar o povo sírio e trazer estabilidade ao Oriente Médio, não mais instabilidade”, declarou à televisão pública espanhola.
Albares defendeu que o futuro do país deve ser decidido pelos próprios sírios e alertou contra uma possível "balcanização" da Síria, temendo que diferentes regiões sejam controladas por facções armadas. “Temos que tomar medidas para garantir que seja o povo sírio quem decida como será governado e por quem no futuro, e que a integridade territorial seja mantida".
Reação russa e negociações internacionais - A confirmação da renúncia de Assad foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que, embora não tenha participado das negociações, expressou “profunda preocupação” com os desdobramentos. Segundo o governo russo, a prioridade deve ser o respeito às opiniões de todos os grupos étnicos e religiosos no país e a busca de um acordo político baseado na Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU.
A Rússia ainda manifestou apoio à proposta do enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, de realizar negociações inter-sírias em Genebra. Bases militares russas na Síria foram colocadas em estado de alerta máximo diante do clima de instabilidade. “Atualmente, não há nenhuma ameaça séria à segurança delas”, garantiu a diplomacia russa.
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