Ataque aéreo de Israel em Rafah mata 12 palestinos, dizem médicos de Gaza
Novo ataque aumenta a pressão de lideranças políticas e ativistas pela prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu
Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Forças israelenses mataram pelo menos 12 palestinos em um ataque aéreo ao amanhecer em Rafah, no sul de Gaza, nesta quinta-feira, e combates ocorreram em diversas outras áreas do enclave costeiro, disseram médicos de Gaza.
Israel prosseguiu com a sua ofensiva em Rafah um dia depois de dizer que suas forças tinham assumido o controle de uma zona tampão ao longo da fronteira próxima entre a Faixa de Gaza e o Egito, dando autoridade efetiva sobre toda a fronteira terrestre de Gaza.
O governo israelense afirmou que a captura da zona tampão cortou uma rota usada pelo grupo militante islâmico palestino Hamas para contrabandear armas para Gaza durante mais de sete meses de guerra, o que devastou grande parte do território e levantou temores de fome.
Fontes médicas de Gaza disseram que os 12 palestinos, que seriam civis, foram mortos e um número não especificado de outros ficaram feridos em um ataque aéreo israelense enquanto tentavam recuperar o corpo de um civil no centro de Rafah.
Outro civil palestino foi morto em um ataque aéreo no campo de refugiados de Al-Shati, a oeste da Cidade de Gaza, no norte do enclave densamente povoado, disseram os médicos.
Israel relatou confrontos no sul, centro e norte de Gaza, mas não comentou imediatamente as mortes relatadas em Rafah, onde centenas de milhares de palestinos deslocados se refugiaram no início da guerra.
Os serviços de comunicação foram cortados em Rafah, informou a empresa palestina de telecomunicações Jawa em comunicado.
Israel manteve os ataques a Rafah, apesar de uma ordem da Corte Internacional de Justiça, o principal tribunal da ONU, para interromper os ataques.
Israel disse que suas forças mataram 300 homens armados palestinos na cidade desde 6 de maio, quando lançou o que chamou de um esforço para erradicar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. A Corte Internacional de Justiça também pediu a libertação dos reféns detidos em Gaza pelo Hamas.
Mais de 36 mil palestinos foram mortos na guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza, 53 deles mortos nas últimas 24 horas, disse o Ministério da Saúde do enclave administrado pelo Hamas.
Israel lançou a sua ofensiva depois de combatentes do Hamas terem cruzado de Gaza para o sul de Israel em 7 de outubro do ano passado, matando 1.200 pessoas e raptando mais de 250, segundo números de Israel.
(Reportagem adicional da redação de Dubai e de Ali Sawafta)
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