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    Brasil, México e Colômbia voltam a cobrar que Venezuela divulgue as atas eleitorais

    Os chanceleres dos três países reuniram-se de maneira virtual para discutir a crise após o poder eleitoral venezuelano anunciar a vitória de Maduro

    Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (Foto: Correo del Orinoco)

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    247 - Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México emitiram nesta quinta-feira (8) uma segunda declaração conjunta reiterando a cobrança pela divulgação das atas eleitorais na Venezuela por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. 

    Os governos dos três países, que empenham esforços de mediação entre o governo de Nicolás Maduro, declarado reeleito pelo órgão presidido por Elvis Amoroso, e a oposição, de Edmundo Gonzalez, também: Afirmaram que "o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais", pediram a "verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular", ressaltaram que as "soluções da situação atual devem surgir da Venezuela" e expresseram seu apoio aos "esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país". 

    Os três governos emitiram uma nota na semana passada com as mesmas exigências, pontuando ainda que a manutenção da paz social deve ser prioridade neste momento. Leia abaixo a íntegra da nota desta quinta-feira:

    "Segundo comunicado conjunto de Brasil, Colômbia e México sobre eleições na Venezuela

    Os ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México, por mandato de seus respectivos presidentes, reuniram-se de maneira virtual no dia de ontem, 7 de agosto de 2024, para continuar dialogando sobre a situação atual na Venezuela.

    Consideram fundamental a apresentação pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 desagregados por mesa de votação. Ao tomarem nota da ação iniciada perante o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) sobre o processo eleitoral, partem da premissa de que o CNE é o órgão a que corresponde, por mandato legal, a divulgação transparente dos resultados eleitorais.

    Reafirmam a conveniência de que se permita a verificação imparcial dos resultados, respeitando o princípio fundamental da soberania popular. Ademais, reiteram o chamado aos atores políticos e sociais do país para que exerçam a máxima cautela e moderação em manifestações e eventos públicos e às forças de segurança do país para que garantam o pleno exercício desse direito democrático dentro dos limites da lei. O respeito aos Direitos Humanos deve prevalecer em qualquer circunstância.

    Expressando, uma vez mais, seu respeito à soberania e vontade do povo venezuelano, anunciam que continuarão a manter conversas de alto nível e enfatizam sua convicção e confiança de que as soluções da situação atual devem surgir da Venezuela. Nesse sentido, reiteram sua disposição de apoiar os esforços de diálogo e busca de entendimentos que contribuam à estabilidade política e à democracia no país". 

    Os governos de Brasil, Colômbia e México, que mantêm boas relações com a Venezuela, pediram uma “verificação imparcial” do resultado. Brasília expressou dúvidas quanto à credibilidade das atas da oposição. 

    A eleição presidencial na Venezuela foi realizada em 28 de julho, e o CNE declarou Nicolás Maduro como vencedor. No dia seguinte, protestos contra os resultados das eleições irromperam no país, com confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Caracas e outras cidades, que começaram a atirar pedras e coquetéis molotov nos oficiais de segurança. Mais de 250 postos policiais foram destruídos, múltiplos atos de vandalismo e roubos foram relatados, e dois militares foram mortos.

    Na semana seguinte às eleições, as forças de segurança detiveram mais de 2.000 pessoas, acusadas de destruir infraestrutura estatal, incitar ódio e terrorismo. A agitação violenta na Venezuela continuou por um dia após as eleições, após o qual o governo retomou o controle da situação nas ruas. Nos dias seguintes, apoiadores tanto do presidente quanto da oposição realizaram inúmeros comícios, declarando sua vitória, mas foram pacíficos e não envolveram confrontos. (Com agências). 

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