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    Catar: negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas chegam aos estágios finais

    Negociações mediadas estão em andamento em Doha, Catar, para discutir um cessar-fogo escalonado em Gaza e a troca de prisioneiros palestinos por reféns

    Bandeiras do Hamas e de Israel (Foto: Reuters)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - As partes envolvidas no conflito na Faixa de Gaza superaram os principais obstáculos para a conclusão de um acordo de cessar-fogo, afirmou nesta terça-feira (14) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari.

    "Nos últimos dias, as partes conseguiram superar os principais obstáculos ao acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que anteriormente impediam sua conclusão. Estamos nos aproximando da fase final para alcançar um acordo", disse o diplomata a jornalistas, acrescentando que os participantes das negociações estão acertando os últimos detalhes, conforme noticiado pela agência Sputnik.

    Israel e o movimento palestino Hamas estão finalizando os termos de um acordo de cessar-fogo, que pode ser anunciado já em 14 de janeiro, informou mais cedo o Wall Street Journal nesta terça-feira, citando autoridades árabes e israelenses.

    As partes concordaram com os principais pontos do acordo, mas ainda estão ajustando parte da redação, alertaram as fontes, destacando que as negociações podem fracassar, como já ocorreu anteriormente.

    Negociações mediadas estão em andamento em Doha, Catar, para discutir um cessar-fogo escalonado em Gaza e a troca de prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses por reféns mantidos no enclave.

    Nesta segunda-feira (13), o portal de notícias Walla relatou, citando fontes não identificadas, que Israel e os mediadores haviam chegado a um acordo preliminar sobre a resolução do conflito na Faixa de Gaza e a libertação de reféns. A emissora Al Arabiya informou que o Hamas apresentou uma resposta ao projeto de acordo sem objeções.

    As Forças de Defesa de Israel lançaram a "Operação Espadas de Ferro" na Faixa de Gaza e impuseram um bloqueio total ao enclave em outubro de 2023.

    O número de mortos na Faixa de Gaza devido aos ataques indiscriminados israelenses ultrapassou 46 mil desde 7 de outubro de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza.

    Em outubro de 2023, Israel foi alvo de uma operação militar sem precedentes com foguetes lançados da Faixa de Gaza, governada pelo movimento palestino Hamas. Além disso, militantes palestinos invadiram as áreas fronteiriças, abriram fogo contra militares e civis e fizeram reféns. Cerca de 1,200 pessoas foram mortas durante o ataque. 

    Mais de 250 pessoas foram capturadas no ataque e levadas para a Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades israelenses.

    As ações de Israel foram alvo, em dezembro de 2023, de uma queixa contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), apresentada pela África do Sul. Pretória  pediu a adoção de medidas provisórias contra autoridades israelenses diante de ações consideradas genocidas. A África do Sul alegou que os ataques e omissões de Israel  na Faixa de Gaza violam obrigações sob a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel alega estar se defendendo de ataques terroristas e contesta a ação. O governo brasileiro declarou apoio ao processo sul-africano. 

    Em janeiro de 2024, a CIJ ordenou que Israel tomasse todas as medidas necessárias para prevenir o genocídio na Faixa de Gaza, punisse os defensores do genocídio contra os palestinos e garantisse o fluxo de ajuda humanitária para o povo de Gaza. No entanto, não obrigou Israel a interromper a ofensiva, como havia solicitado a África do Sul na ação judicial. Diversos países, incluindo o Brasil, apoiam o processo contra Israel.

    Em novembro de 2024, a CIJ emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant e lideranças do Hamas, citando crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas negam cometer crimes de guerra.

    Negociações de cessar-fogo no Cairo, Egito, e em Doha, Catar, se intensificaram nas últimas semanas.

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