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    China amplia déficit fiscal para garantir meta de crescimento econômico

    País manterá meta de crescimento em torno de 5% em 2025, reforçando estímulos para enfrentar barreiras tarifárias dos EUA

    Panorama de Xangai (Foto: Global Times)

    Reuters – A China se prepara para elevar seu déficit orçamentário a cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, um recorde histórico que visa garantir a manutenção da meta de crescimento econômico em torno de 5%. A decisão foi firmada após encontros de alto nível, incluindo a Conferência Central de Trabalho Econômico (CEWC, na sigla em inglês), realizada a portas fechadas. Neles, traçaram-se as diretrizes econômicas para 2025, ainda não anunciadas oficialmente. O déficit, que anteriormente seria de 3% do PIB, agora salta para 4%, alinhando-se à orientação mais “proativa” do governo, delineada pelo Politburo em dezembro.

    O incremento de um ponto percentual equivale a aproximadamente 1,3 trilhão de yuans (cerca de US$ 179,4 bilhões) e será financiado, principalmente, por meio da emissão de títulos especiais fora do orçamento tradicional. A estratégia visa impulsionar a economia num contexto de desafios internos, como a crise imobiliária, alto endividamento de governos locais e consumo enfraquecido.

    Outro motivo que embasa a ampliação do déficit é o cenário externo, marcado pelo risco de aumento nas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses, uma possibilidade que ganha força com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, previsto para janeiro. As taxas de importação podem ultrapassar 60%, pressionando a competitividade da indústria chinesa, reduzindo lucros, investimentos e empregos, além de agravar a sobrecapacidade industrial e tendências deflacionárias.

    Embora as autoridades não tenham se manifestado oficialmente, a perspectiva de intensificar a política fiscal ocorre em paralelo à sinalização de que o banco central chinês poderá adotar uma postura monetária “apropriadamente frouxa”, contemplando possíveis cortes de juros e injeções de liquidez. Trata-se de uma mudança após 14 anos de política considerada “prudente”, período em que o endividamento total — público, privado e familiar — cresceu mais de cinco vezes, enquanto a economia triplicou de tamanho.

    Analistas acreditam que o caminho para 2025 incluirá não apenas estímulos fiscais, mas também uma variedade de medidas para atenuar os efeitos das tarifações norte-americanas, incluindo um possível enfraquecimento do yuan, conforme já noticiado pela Reuters. Ainda assim, o compromisso em “manter a estabilidade básica da taxa de câmbio” foi reiterado, sinalizando um equilíbrio delicado entre política cambial e pressão comercial.

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