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    China está preparada para responder à ameaça de guerra comercial de Trump com medidas de resiliência econômica

    Pequim fortaleceu seu mercado interno e adotou parcerias alternativas para enfrentar a prometida segunda etapa da guerra comercial com os EUA de Trump

    Donald Trump (à esq.) e Xi Jinping (Foto: KEVIN LAMARQUE / REUTERS)

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    247 - A reeleição de Donald Trump e suas ameaças de imposição de tarifas de até 60% sobre produtos chineses reacendem a tensão entre as duas maiores economias do mundo. Segundo a agência Bloomberg, a proposta devastaria o comércio bilateral, mas agora, ao contrário do embate em 2018, Pequim está mais preparada. Após anos de ajustes estratégicos, a China consolidou mecanismos internos e relações comerciais alternativas para suavizar o impacto de uma possível nova rodada de retaliações comerciais dos Estados Unidos, relata o jornal O Globo.

    A guerra tarifária iniciada por Trump em seu primeiro mandato expôs vulnerabilidades chinesas, que foram progressivamente mitigadas ao longo dos anos. Desde então, a China aprimorou políticas de estímulo ao consumo interno e estabeleceu controles rigorosos sobre matérias-primas essenciais. Para Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para a Ásia-Pacífico no Natixis SA, "a China dificilmente retaliará com tarifas de 60%, mas buscará reforçar estímulos internos para mitigar os efeitos sobre o mercado doméstico".

    As ameaças de Trump, no entanto, podem empurrar Pequim para uma defesa mais agressiva. Entre as possíveis respostas estão a taxação de produtos agrícolas norte-americanos e o fortalecimento de suas exportações para mercados como América Latina e Europa, regiões onde a presença de produtos chineses tem crescido. Para o coronel aposentado Zhou Bu, pesquisador do Centro de Segurança e Estratégia Internacional da Universidade de Tsinghua, "a China está psicologicamente mais preparada para lidar com Trump".

    O cenário é de cautela, mas sem ceder. Caso Trump leve adiante suas ameaças, os legisladores chineses terão de responder com mais estímulos à economia doméstica para contrabalançar a dependência do comércio com os EUA, que representou 15% das exportações chinesas em 2023. Ao longo dos anos, Pequim intensificou suas trocas comerciais com o Brasil, especialmente de commodities como a soja e o milho, reduzindo sua dependência das importações agrícolas dos EUA. Essa preparação permite uma margem maior para endurecer as negociações sem comprometer o abastecimento interno.

    O posicionamento do CEO da Tesla, Elon Musk, que se mostrou favorável à reeleição de Trump, adiciona um elemento inesperado à equação. Com diversos interesses comerciais na China, Musk poderá representar uma voz de moderação dentro da política comercial americana.

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