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    China, Japão e Coreia do Sul selam compromisso por mais confiança e cooperação regional

    Encontro trilateral em Tóquio marca reaproximação entre os três países e reforça apoio ao multilateralismo em meio a tensões globais

    Cooperação entre Japão, China e Coreia do Sul (Foto: Global Times)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – Em um momento de instabilidade geopolítica e recuperação econômica desigual, os chanceleres da China, Japão e Coreia do Sul concordaram em reforçar a confiança mútua e aprofundar a cooperação entre seus países. A informação foi divulgada pela agência Xinhua, após a 11ª Reunião Trilateral de Ministros das Relações Exteriores, realizada neste sábado (22) em Tóquio.

    “Diante de um cenário internacional complexo e turbulento, é necessário e responsável que os três lados fortaleçam a comunicação, aprofundem a confiança e promovam a cooperação”, declarou o ministro chinês Wang Yi, também membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China.

    A reunião foi marcada por um tom construtivo e pela reafirmação do compromisso com o desenvolvimento pacífico da região. Wang enfatizou que a cooperação trilateral é uma das mais institucionalizadas e promissoras da Ásia Oriental. “Os fatos mostram que, quanto mais profunda a cooperação entre China, Japão e Coreia do Sul, maior a capacidade de resistir a riscos e mais sólida a base para o desenvolvimento”, destacou.

    Segundo Wang, os três países concordaram em retomar as negociações para um acordo de livre comércio trilateral e em apoiar a expansão da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP). Também se comprometeram a preservar a estabilidade das cadeias de produção e abastecimento da região.

    O pesquisador Xiang Haoyu, do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, apontou que esse impulso renovado ao acordo trilateral de livre comércio é um dos pontos centrais da reunião. “Esperamos que este encontro estimule os países a retomar as negociações e acelerar os avanços”, avaliou.

    Outro consenso importante foi o fortalecimento do diálogo multilateral em fóruns como o ASEAN+3 e a Cúpula do Leste Asiático. Wang também anunciou o lançamento do Ano de Intercâmbio Cultural China-Japão-Coreia do Sul (2025–2026), com a meta de ampliar o fluxo de pessoas entre os países para 40 milhões até 2030.

    De acordo com o especialista Da Zhigang, diretor do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático, as declarações de Wang indicam que a cooperação trilateral deve se expandir além do Nordeste Asiático, com impacto positivo sobre toda a região Ásia-Pacífico. “O consenso entre os três países representa um alento diante das incertezas globais”, disse.

    O ministro japonês Takeshi Iwaya também avaliou o momento como significativo: “Dada a crescente gravidade da situação internacional, acredito que podemos estar diante de um verdadeiro ponto de inflexão histórico”, afirmou, conforme citado pela agência Reuters.

    Apesar dos avanços, os analistas alertam para obstáculos importantes, como a baixa confiança política, a opinião pública frágil e a perda de impulso no diálogo. Xiang Haoyu afirmou que será necessário “administrar adequadamente as diferenças, reforçar garantias institucionais para a cooperação econômica e ampliar os intercâmbios entre os povos”.

    Wang reforçou que a estabilidade da cooperação trilateral depende do respeito mútuo aos interesses centrais de cada país e da gestão cuidadosa de disputas. Ele afirmou que a China está disposta a trabalhar com Japão e Coreia do Sul para tornar a cooperação “mais madura, estável e resiliente”.

    Antes da reunião trilateral, Wang Yi também se reuniu com o secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshimasa Hayashi, e ressaltou a importância dos quatro documentos políticos que regem as relações entre China e Japão, com destaque para a abordagem das questões históricas e da situação em Taiwan. Hayashi reafirmou o compromisso do Japão com o conteúdo da Declaração Conjunta de 1972 e expressou o desejo de ampliar a cooperação com a China.

    O reforço à cooperação trilateral, aliado à defesa do multilateralismo e do livre comércio, é também uma resposta à política protecionista dos Estados Unidos, que deve impor novas tarifas sobre veículos importados do Japão e da Coreia do Sul a partir de 2 de abril.

    O encontro ministerial cria expectativas positivas para uma possível cúpula de líderes dos três países ainda em 2025, sinalizando um novo momento para a diplomacia no Leste Asiático.

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