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    Democratas duvidam das chances eleitorais de Biden e devem pedir sua desistência

    Há 25 deputados democratas se preparando para pedir que Biden se afaste, de acordo com um assessor democrata da Câmara

    (Foto: Reprodução CNN)

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    WASHINGTON (Reuters) - Alguns democratas eleitos leais ao presidente norte-americano, Joe Biden, levantaram novas questões nesta terça-feira sobre sua candidatura à reeleição, com um deles pedindo que ele se afastasse, uma mudança depois que muitos o defenderam após o desempenho sofrível no debate da semana passada.

    A decisão de Biden continuar ou não com sua candidatura à reeleição, depois de seu desempenho decepcionante no debate contra o candidato republicano à Presidência, Donald Trump, é em grande parte decisão dele, disseram democratas e estrategistas políticos.

    Mas Biden está enfrentando pressão. Alguns doadores pediram que ele se afastasse, e outros democratas estão mostrando preocupação abertamente com o fato de que ele pode não estar preparado para derrotar Trump em novembro.

    Há 25 deputados democratas se preparando para pedir que Biden se afaste, de acordo com um assessor democrata da Câmara.

    Um segundo assessor democrata da Câmara disse que os democratas moderados da Câmara em distritos competitivos – muitas vezes chamados de "linha de frente" – estavam particularmente preocupados depois de serem martelados com perguntas dos eleitores em seus distritos esta semana.

    "Parece que a represa se rompeu", disse a fonte.

    Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada após o debate mostrou que um em cada três democratas acha que Biden deve desistir de sua candidatura à reeleição.

    O deputado Lloyd Doggett tornou-se nesta terça-feira o primeiro democrata do Congresso a pedir que Biden se retire da corrida presidencial.

    A ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA Nancy Pelosi enfatizou as múltiplas realizações legislativas de Biden durante uma entrevista à MSNBC, mas disse que era legítimo perguntar se seu desempenho no debate foi um problema de uma noite ou um problema de saúde mais amplo. Ela disse que Trump deveria ser submetido ao mesmo escrutínio.

    "Acho que é legítimo perguntar: 'Isso é um episódio ou é uma doença? E, portanto, quando as pessoas fazem essa pergunta, ela é legítima, para ambos os candidatos", disse Pelosi.

    Após o debate, Pelosi demonstrou forte apoio: "A decisão de Joe Biden de ir em frente é uma decisão que todos nós abraçaremos por causa do histórico que ele tem e do desempenho que virá com ele", disse ela na ocasião.

    A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse nesta terça-feira que Biden não teve um "episódio", apenas uma noite ruim.

    Biden, falando em um evento de campanha na Virgínia na noite desta terça-feira sem um teleprompter, reconheceu que seu desempenho no debate não foi o melhor, mas culpou a falta de sono e disse que sua campanha havia arrecadado 38 milhões de dólares desde o debate.

    "O fato é que, sabe, eu não fui muito inteligente. Decidi viajar pelo mundo algumas vezes, passando por cerca de 100 fusos horários... antes... do debate. Não dei ouvidos à minha equipe, voltei e quase adormeci no palco", disse ele. "Isso não é desculpa, mas é uma explicação."

    Os tropeços verbais de Biden e as respostas ocasionalmente sinuosas durante o debate aumentaram as preocupações dos eleitores de que o homem de 81 anos talvez não esteja apto a cumprir outro mandato de quatro anos.

    "Ele tem que ser honesto consigo mesmo", disse o deputado democrata Mike Quigley, um moderado de Illinois, à CNN nesta terça-feira. "A decisão é dele. Eu só quero que ele entenda, neste momento, o quanto isso afeta, não apenas a sua candidatura, mas todas as outras candidaturas que virão em novembro."

    O deputado Jim Clyburn disse à MSNBC que apoiaria a vice-presidente Kamala Harris para ser a candidata democrata se Biden se afastasse.

    O deputado Jared Golden, democrata do Maine, previu em um artigo de opinião publicado no Bangor Daily News nesta terça-feira que Trump vencerá a eleição.

    A Casa Branca disse que Biden estava resfriado na noite do debate.

    O presidente e sua equipe de campanha estão trabalhando para reforçar o apoio. Biden realizará uma reunião com governadores democratas na quarta-feira e falará com parlamentares nesta semana, disseram autoridades da Casa Branca.

    A reunião de quarta-feira, que será realizada na Casa Branca, mas pode ser em grande parte virtual, com os governadores participando remotamente, dará ao presidente a chance de tranquilizar os líderes de seu partido de que ele está com a mente saudável.

    Biden também se reunirá com os líderes do Capitólio nesta semana, enquanto busca reforçar o apoio entre os membros do partido e reprimir as conversas de que ele deveria se afastar, disse uma autoridade.

    Um dos assessores democratas da Câmara disse que os membros estavam decepcionados com a falta de contato até o momento.

    As reuniões fazem parte de um amplo esforço para estabilizar a candidatura à reeleição do presidente depois de sua exibição hesitante e cambaleante no palco do debate em Atlanta.

    Sua equipe teve telefonemas difíceis no domingo e na segunda-feira com importantes financiadores de campanha que questionaram se Biden deveria permanecer na corrida presidencial.

    Perguntada por que Biden não deu mais entrevistas ou coletivas de imprensa depois que seu debate levantou dúvidas, Jean-Pierre apontou para sua visita a uma Waffle House em Atlanta na noite do debate e a interações subsequentes com apoiadores.

    Perguntada se Biden tinha o mal de Alzheimer, Jean-Pierre disse que não.

    Biden tem prevista uma entrevista à ABC e planeja realizar uma coletiva de imprensa na cúpula da Otan na próxima semana. O assessor democrata do Capitólio disse que muita coisa estava dependendo da entrevista à ABC, com os parlamentares procurando ver se ele pode lidar com perguntas rápidas e não apenas com aparições orquestradas de campanha.

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