Em comovente discurso, embaixador palestino afirma que 'Gaza vive um inferno': 'a ONU tem obrigação de salvar vidas' (vídeo)
'Morreremos de pé e não nos ajoelharemos', afirmou Riyad Mansour
247 - O embaixador da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU), Riyad Mansour, chorou durante uma reunião do Conselho de Segurança da entidade em Nova York (EUA) ao fazer um alerta sobre a Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde, mais de 45 mil palestinos morreram e 106,9 mil ficaram feridos desde 7 de outubro do ano passado, em razão dos bombardeios das forças militares de Israel.
"Nada pode explicar que, por 15 meses, palestinos em Gaza tenham vivido o inferno e sido abandonados a seu destino. Morreremos de pé e não nos ajoelharemos. Este Conselho tem a obrigação de salvar vidas", pediu.
O diplomata leu mensagens deixadas por médicos mortos em Gaza. "Mahmoud Abu Nujaila, que foi morto em um ataque aéreo israelense ao Hospital Al-Awda, escreveu uma mensagem há muitos meses em uma lousa no hospital, normalmente usada para planejar cirurgias: ‘Quem ficar até o fim contará a história. Fizemos o que podíamos. Lembrem-se de nós’".
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, também se pronunciou. "Uma catástrofe de direitos humanos continua a se desenrolar em Gaza diante dos olhos do mundo. Os meios e métodos de guerra de Israel mataram dezenas de milhares de pessoas, causaram grandes deslocamentos e devastaram o território. Isso levantou grandes preocupações sobre o cumprimento da lei internacional", disse Türk.
De acordo com o Alto Comissário, as operações militares israelenses "têm sido particularmente devastadoras para alguns civis palestinos". "Seis bebês teriam morrido de hipotermia somente nos últimos dias. As mulheres, especialmente as grávidas, sofreram gravemente. Muitas mulheres deram à luz com pouco ou nenhum apoio, aumentando os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Meu escritório foi informado de que recém-nascidos morreram como resultado direto dessa falta de cuidados".
Autoridades jurídicas da África do Sul denunciaram o governo israelense na Corte Internacional de Justiça por conta dos crimes no território palestino. Nos últimos meses, políticos e ativistas internacionais também cobraram do Tribunal Penal Internacional um mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A CIJ julga Estados, o TPI faz o julgamento de indivíduos.
Mesmo recebendo o repúdio de boa parte da comunidade internacional, o premiê tem apoio dos Estados Unidos. Em maio de 2024, senadores da extrema-direita norte-americana fizeram ameaças ao Tribunal, em consequência de uma eventual prisão do político.
As forças israelenses expandiram suas ofensivas. Países como Irã, Líbano, Iêmen e Cisjordânia também se envolveram em conflitos que ainda não têm fim, enquanto vidas humanas continuam sendo perdidas.
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