Empresas multinacionais levaram US$ 54 bilhões aos EUA em lucros obtidos no Brasil, diz carta a Trump
Documento é encaminhado à Casa Branca em meio às negociações bilaterais para evitar uma guerra comercial entre os dois países
247 – Empresas multinacionais dos Estados Unidos repatriaram US$ 54 bilhões em lucros e dividendos, obtidos no Brasil ao longo da última década. Os dados constam em uma carta encaminhada à Casa Branca pela Câmara de Comércio Brasil-EUA (Amcham), em meio às negociações bilaterais para evitar uma guerra comercial entre os dois países. A informação é do Uol.
A Amcham enfatiza a necessidade de uma solução diplomática para evitar uma escalada nas tensões comerciais. Em 11 de março, a entidade enviou uma carta ao representante de Comércio do governo do presidente Donald Trump, Jamieson Greer, ressaltando os EUA como principal investidor estrangeiro no Brasil. O documento aponta que, em 2020, o país abrigava 3.900 empresas norte-americanas.
"As empresas norte-americanas se beneficiam substancialmente de seus investimentos no Brasil", diz a carta. "Os EUA são o maior investidor estrangeiro no Brasil. De acordo com o Banco Central do Brasil, havia 3.900 empresas norte-americanas operando no Brasil em 2020, um aumento de aproximadamente 1.000 empresas em cinco anos".
"Vários fatores tornam o Brasil um destino atraente para os investimentos dos EUA, incluindo o fato de que o Brasil não impõe imposto de renda sobre a remessa de dividendos corporativos. Isso significa que as subsidiárias norte-americanas no Brasil podem distribuir dividendos para suas matrizes nos EUA com isenção total de impostos, uma política altamente excepcional em comparação com os padrões globais", afirma. “Os EUA foram o segundo maior destinatário de lucros e dividendos do Brasil entre 2015 e 2024, com um total de remessas de US$ 54,2 bilhões".
As informações contradizem a alegação de Washington de que as empresas norte-americanas enfrentariam tratamento desigual no Brasil.
A Casa Branca pretende anunciar uma nova política comercial em 2 de abril e busca acordos com vários países. Enquanto isso, autoridades do Brasil e dos EUA se reúnem nesta sexta-feira (14) para tentar evitar um agravamento das disputas comerciais.
A Amcham, por sua vez, ainda adverte que a adoção de novas tarifas nas relações bilaterais poderia comprometer o fluxo de investimentos. “A imposição de tarifas adicionais sobre o comércio bilateral prejudicaria os interesses das empresas norte-americanas e enfraqueceria os fluxos recíprocos de comércio e investimento", escreveu a entidade em documento.
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