Entenda como funciona a eleição francesa, que pode colocar a extrema-direita no poder
Partido de Marine Le Pen é favorito para vencer as eleições parlamentares
PARIS, 30 de junho (Reuters) – A França realiza o primeiro turno das eleições parlamentares neste domingo. As pesquisas de opinião indicam que a extrema-direita pode vencer o pleito legislativo de dois turnos, que se conclui em 7 de julho. Aqui estão alguns fatos importantes sobre a eleição e o que vem a seguir.
COMO FUNCIONA A VOTAÇÃO?
A França possui 49 milhões de eleitores registrados. Há 577 disputas eleitorais, uma para cada assento na Assembleia Nacional, a câmara baixa do parlamento. Os candidatos com maioria absoluta de votos em sua circunscrição são eleitos no primeiro turno. Na maioria dos casos, nenhum candidato atinge esse critério e um segundo turno é realizado. Para se qualificar para o segundo turno, os candidatos precisam de votos do primeiro turno equivalentes a pelo menos 12,5% dos eleitores registrados. O candidato com mais votos no segundo turno vence.
QUANDO OS RESULTADOS SERÃO ANUNCIADOS?
A votação no primeiro turno termina às 20h (18h GMT) de domingo, quando os institutos de pesquisa publicam projeções nacionais baseadas em uma contagem parcial de votos. Essas projeções geralmente são confiáveis. Os resultados oficiais começam a ser divulgados a partir das 20h. A contagem de votos geralmente é rápida e eficiente, e os vencedores de todos, ou quase todos, os assentos serão conhecidos até o final da noite.
QUEM VAI GOVERNAR?
O presidente nomeia o primeiro-ministro, geralmente do partido com mais assentos. Pela primeira vez na história pós-guerra da França, a extrema-direita pode vencer, segundo as pesquisas de opinião, com uma união de esquerda vista como o segundo maior grupo e a aliança centrista do presidente Emmanuel Macron em terceiro lugar. No entanto, esta é uma eleição como nenhuma outra na França; o tempo de campanha é curto, o cenário eleitoral está abalado e outros cenários não podem ser descartados.
Esses cenários incluem uma assembleia paralisada dividida em três grupos, sem nenhum dominante, ou uma aliança de partidos tradicionais para manter a extrema-direita fora do poder. Uma maioria absoluta requer pelo menos 289 assentos. O Rally Nacional (RN) de Marine Le Pen poderia governar com minoria se conquistar o maior número de assentos sem atingir esse limite, mas o líder do partido, Jordan Bardella, de 28 anos, disse que deseja uma maioria absoluta para poder realizar reformas.
O QUE ACONTECE DEPOIS?
A França já teve três períodos de "coabitação", onde o governo era de uma orientação política diferente da do presidente, em sua história pós-guerra. O governo tem a maior parte do poder no front doméstico, mas o presidente é o chefe das Forças Armadas e exerce influência no exterior. No entanto, a divisão de poder na política externa não é clara e isso pode ser um problema para a posição da França na guerra na Ucrânia ou na política da União Europeia.
Macron terá que lidar com o novo parlamento por pelo menos um ano, após o qual ele pode convocar outra eleição antecipada. Macron ganhou um segundo mandato em abril de 2022 e é presidente por mais três anos. Nem o parlamento nem o governo podem destituí-lo antes disso.
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