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    Estudo aponta que algoritmo do Telegram promove conteúdo extremista, diz BBC

    Pesquisa revela que recomendações da plataforma direcionam usuários para canais radicais mesmo em buscas comuns

    Logo do Telegram 21/02/2023 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)
    Camila França avatar
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    247 - Um estudo conduzido pela entidade americana de direitos civis Southern Poverty Law Center (SPLC) revelou que o algoritmo do Telegram, por meio do recurso "canais similares", promove conteúdos extremistas. A investigação, divulgada com exclusividade pela BBC, mostra que até usuários buscando assuntos inofensivos, como celebridades e tecnologia, recebem recomendações de canais radicais.

    A pesquisa analisou 28 mil canais no aplicativo e concluiu que quem busca conteúdos banais pode ser direcionado para grupos extremistas. Aqueles que já consomem material radical, como teorias conspiratórias antigoverno, são expostos a conteúdos ainda mais extremistas, incluindo antissemitismo e nacionalismo branco.

    A pesquisadora-chefe Megan Squire demonstrou o funcionamento do algoritmo pesquisando por “Donald Trump” em uma conta recém-criada. Imediatamente surgiram recomendações de canais associados à conspiração Q-Anon. Outra busca por “revoltas no Reino Unido” exibiu memes sobre Adolf Hitler e links para grupos violentos de extrema direita.

    “Alguns desses grupos são muito ativos. Os usuários não estão apenas recebendo memes, mas sendo atraídos para eventos presenciais”, alertou Squire.

    A pesquisa também destacou a resposta rápida de grupos extremistas no Telegram após o ataque a faca em Southport, no Reino Unido, em agosto. A plataforma foi usada para espalhar boatos e convocar protestos violentos, baseados em informações falsas sobre o suposto agressor.

    Ex-funcionários do Telegram também relataram preocupações internas. Elies Campo, que trabalhou seis anos na plataforma, afirmou que cobrou o fundador Pavel Durov sobre moderação de conteúdo extremista. “Estava claro que ele não queria dedicar mais recursos a isso”, revelou Campo.

    David Maimon, professor da Georgia State University, que estuda crimes no Telegram, destacou que há milhares de canais oferecendo desde armas até ferramentas de fraude. Durante a pesquisa, ele mostrou como um vendedor ofereceu uma submetralhadora Uzi por 850 libras (cerca de R$ 6,6 mil), prometendo entrega rápida na Irlanda do Norte.

    Durov está sendo investigado na França por suposta cumplicidade em crimes como tráfico de drogas e compartilhamento de imagens ilícitas. Ele nega as acusações e está em liberdade condicional, proibido de deixar o país.

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