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    EUA dizem que desafios impostos pela China superam os da Guerra Fria

    Escalada da competição global entre as duas superpotências assemelha-se a um estilo diferente, mas novo, de disputa

    Bandeiras da China e dos EUA (Foto: Reuters)

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    WASHINGTON (Reuters) - Os desafios impostos pela China aos Estados Unidos ultrapassam os da Guerra Fria, disse nesta quarta-feira o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, afirmando que o apoio de Pequim à indústria de Defesa da Rússia partiu diretamente da liderança chinesa.

    O governo do presidente Joe Biden tem sido explícito ao afirmar que não está buscando uma guerra fria com a China, mas cada vez mais analistas e membros do Congresso dos EUA têm dito que a escalada da competição global entre as duas superpotências assemelha-se a um estilo diferente, mas novo, de guerra fria.

    Campbell disse em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados que Washington precisa manter um foco bipartidário na China, além de aumentar a velocidade da construção naval e a capacidade da base de fabricação de Defesa dos EUA.

    "Francamente, a Guerra Fria não é nada em comparação com os desafios multifacetados que a China apresenta. Não são apenas os desafios militares. São desafios gerais. É no Sul Global. Está na tecnologia", disse Campbell.

    Crises internacionais, incluindo a guerra da Rússia na Ucrânia e o conflito de Israel em Gaza, criaram distrações para os esforços de Biden de se concentrar na China e na região do Indo-Pacífico. Biden prometeu no início de seu governo não deixar a China ultrapassar os Estados Unidos como líder global.

    Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, líderes dos dois rivais mais poderosos dos Estados Unidos, prometeram em maio uma "nova era" em sua parceria e descreveram Washington como uma potência hegemônica agressiva da Guerra Fria. 

    Diplomata número 2 do Departamento de Estado, Campbell disse que o aumento da velocidade de produção de navios de guerra dos EUA deve ser a prioridade máxima na próxima década.

    "Este é um momento naval", disse Campbell, ao avaliar que o aumento da velocidade dos projetos e construção de navios da Marinha dos EUA são "a coisa mais importante que precisamos fazer nos próximos 10 anos".

    "A Marinha precisa dar um passo à frente. Nós temos que  dar um passo à frente com eles", disse ele.

    Campbell, que se reuniu com autoridades da Otan e da união Europeia no início deste mês para fornecer detalhes sobre o "apoio substancial" da China à base industrial militar da Rússia, disse que a Rússia estava, em contrapartida, apoiando Pequim com tecnologia de submarinos e mísseis.

    "O mais preocupante é que isso vem de cima", disse Campbell, referindo-se ao apoio de líderes chineses de alto escalão a Moscou. Ele acrescentou que a China tem apoiado a atividade de drones da Rússia na Ucrânia.

    Segundo Campbell, uma cúpula dos países do grupo conhecido como Quad – Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos -- que Biden vai sediar no sábado deve incluir  "grandes anúncios" mostrando progressos substanciais para ajudar nações do Pacífico e do Sudeste Asiático a monitorar as frotas de pesca ilegais, a maioria chinesas.

    Ele também mencionou planos de discussões sobre o aumento da cooperação de segurança no Oceano Índico envolvendo a Índia e outros países. De acordo com Campbell, o comandante do Indo-Pacífico dos EUA, almirante Samuel Paparo, foi convidado a ajudar a "fundir nossa abordagem nacional militar e de segurança" lá.

    "Essa é a nova fronteira, trabalhar mais de perto com um parceiro como a Índia no Oceano Índico", disse ele.

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