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    EUA dizem que mortes recentes em Rafah não afetarão apoio a Israel

    Novos ataques das forças israelenses aumentaram a pressão de lideranças e ativistas pela prisão de Benjamin Netanyahu

    Joe Biden, presidente dos EUA (à esq.), e Benjamin Netanyahu (primeiro-ministro de Israel) (Foto: Reuters/Evelyn Hockstein)

    Trevor Hunnicutt

    WASHINGTON (Reuters) - O governo Biden disse nesta terça-feira que está monitorando de perto a investigação sobre um ataque aéreo com mortes feito por Israel, que chamou de trágico, mas que as mais recentes mortes em Rafah não constituem uma operação que possa ter cruzado o que os EUA consideram uma linha vermelha.

    “Os israelenses disseram que foi um erro trágico”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, a repórteres na Casa Branca, ao ser questionado se os eventos do fim de semana se qualificam como uma ação de “morte e destruição” que autoridades norte-americanas alertaram que poderia levar os EUA a segurar apoio adicional a Israel.

    Os EUA não têm uma “régua ou uma cota”, disse Kirby.

    “Nós também dissemos que não queremos ver uma grande operação terrestre em Rafah que realmente tornasse difícil para os israelenses ir atrás do Hamas sem causar danos extensos e potencialmente uma grande quantidade de mortes. Ainda não vimos isso”, disse, mencionado que as operações de Israel foram realizadas majoritariamente em um corredor nos arredores de Rafah.

    Questionado se estava dizendo que as recentes operações por terra em Rafah não levarão os EUA a reter mais auxílio militar, Kirby disse: “Acho que é isso que tenho dito aqui”.

    As mortes mais recentes em Rafah testaram a promessa do presidente Joe Biden de reter armas de Israel se o aliado dos EUA conduzir uma grande invasão em Rafah que coloque os refugiados naquele local em risco.

    Falando em um evento cerimonial em Washington, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, disse que “a palavra trágico nem começa a descrever” o ataque aéreo israelense no último domingo que provocou um incêndio em um acampamento de Rafah, em Gaza, matando 45 palestinos.

    O comentário, respondendo a pergunta de um repórter, foi dado após o que autoridades de saúde de Gaza descreveram como um bombardeio de um tanque israelense contra um acampamento em uma área de evacuação a oeste de Rafah que matou pelo menos 21 pessoas nesta terça-feira.

    Israel afirmou que “algo infelizmente deu tragicamente errado” no ataque aéreo de domingo, e seu Exército negou ter bombardeado o acampamento nesta terça-feira. Israel disse que visava dois operadores de alto escalão do Hamas na operação de domingo e não tinha a intenção de causar vítimas civis.

    Kirby afirmou a repórteres nesta terça-feira que há um risco real de que Israel possa ficar ainda mais isolado na comunidade internacional por causa da maneira como está conduzindo suas operações.

    “Então, isso é uma preocupação, claramente, porque não é de interesse de Israel”, disse Kirby. “E não é do nosso interesse que Israel fique cada vez mais isolado no cenário mundial”.

    A resposta do governo dos EUA havia sido criticada nesta terça-feira por grupos de direitos humanos e árabe-americanos.

    “Infelizmente, por causa da insistência do presidente Biden em enviar mais bombas para viabilizar os crimes de guerra de Netanyahu em Rafah, isto agora é tanto um genocídio norte-americano quanto um genocídio israelense”, afirmou Nihad Awad, diretor-executivo do Conselho de Relações Islâmico-Americanas (CAIR).

    Autoridades israelenses e norte-americanas denunciaram o uso do termo genocídio para descrever o que está acontecendo em Gaza.

    (Reportagem de Trevor Hunnicutt, Humeyra Pamuk, David Ljunggren e Daphne Psaledakis; reportagem adicional de Kanishka Singh)

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