Europa reage a discurso do vice-presidente dos EUA em Munique e amplia tensões
JD Vance afirmou que o maior desafio dos países europeus não são ameaças externas, mas sim a erosão democrática interna
MUNICH, Alemanha, Feb. 15 (Xinhua) - O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, fez declarações na Conferência de Segurança de Munique (MSC) na sexta-feira, gerando fortes críticas de autoridades europeias e evidenciando as crescentes tensões entre Washington e seus aliados no continente.
Ao discursar na MSC, Vance afirmou que o maior desafio da Europa não são ameaças externas, mas sim a erosão democrática interna. Ele acusou o continente de se afastar dos "valores fundamentais" compartilhados com os Estados Unidos, manifestando preocupações sobre políticas eleitorais, direitos civis e liberdade de expressão na região.
REAÇÃO NA EUROPA
Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha elogiado as declarações de Vance como "boas e brilhantes", muitos líderes europeus rapidamente reprovaram o discurso, interpretando-o como um ataque desnecessário vindo de um aliado histórico.
O chanceler alemão Olaf Scholz criticou Vance no sábado por interferir na política alemã, rejeitando firmemente qualquer influência externa sobre a democracia do país. Durante sua participação na MSC, Scholz enfatizou que a Alemanha não aceitará intervenções externas em "nossa democracia, nossas eleições e nossa formação democrática de opinião".
Antes mesmo do discurso de Vance, o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, já havia criticado o governo Trump e grandes empresas de tecnologia, argumentando que a nova visão de mundo da administração norte-americana ignora regras estabelecidas, parcerias e a confiança construída ao longo dos anos. Ele alertou, durante a MSC, que permitir que essa visão prevaleça seria prejudicial para a comunidade internacional.
Outros líderes europeus também se manifestaram. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, classificou as declarações de Vance como "inaceitáveis", enquanto a ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, considerou a postura dos EUA em relação aos aliados como "confrontacional e desafiadora".
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou em Munique que os comentários de Vance geraram uma controvérsia desnecessária, sem beneficiar ninguém.
Em resposta às críticas de Vance sobre as políticas eleitorais e de imigração da Europa, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, enfatizou no sábado que o continente não aceitará imposições externas. "Ninguém é obrigado a adotar nosso modelo, mas também ninguém pode nos impor o seu", escreveu nas redes sociais. "Quando se tem autoconfiança, não se sente ameaçado por críticas."
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