Ex-diretor da Organização Trump é condenado à prisão
Allen Weisselberg foi acusado de perjúrio por ter mentido a investigadores e a um juiz sobre as finanças de Donald Trump
Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da Organização Trump, foi condenado nesta quarta-feira a cinco meses de prisão após se declarar culpado no mês passado de acusações de perjúrio por ter mentido a investigadores e a um juiz sobre as finanças de Donald Trump.
A juíza Laurie Peterson anunciou a sentença em uma audiência no tribunal criminal de Manhattan. Ela está em linha com a punição que a juíza afirmou que aplicaria na audiência de confissão de Weisselberg, em 4 de março.
Oficiais de justiça levaram Weisselberg do tribunal usando algemas após uma breve audiência. Esta sentença marcará o segundo período de prisão para o fiel assessor de longa data do ex-presidente dos EUA.
Weisselberg, de 76 anos, passou cerca de três meses na prisão de Rikers Island, em Nova York, em 2023, após se declarar culpado de ter participado de um esquema de fraude fiscal que durou 15 anos na Organização Trump.
As acusações de perjúrio vieram do depoimento de Weisselberg em um caso civil por fraude que a procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James, moveu contra Trump, Weisselberg e outros executivos da empresa imobiliária da família Trump por manipularem valores de propriedades para enganar bancos e seguradoras.
Em seu depoimento no julgamento em 10 de outubro, Weisselberg disse que não esteve envolvido na avaliação incorreta do apartamento de Trump em Manhattan. As declarações financeiras de Trump de 2015 e 2016 avaliaram a unidade em 327 milhões de dólares, com base em um tamanho declarado de 2,7 mil metros quadrados, quase três vezes o tamanho verdadeiro.
O gabinete do procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, que apresentou as acusações contra Weisselberg, disse que os e-mails do ex-diretor financeiro mostraram que, na verdade, ele estava prestando muita atenção ao apartamento.
Weisselberg também admitiu ter mentido sobre seu papel nas declarações financeiras de Trump durante dois depoimentos anteriores ao gabinete de James. A investigação de James culminou em uma indenização de 454 milhões de dólares imposta a Trump por avaliar propriedades de maneira fraudulenta. Trump está recorrendo da decisão do juiz Arthur Engoron.
Engoron também ordenou que Weisselberg pagasse 1,1 milhão de dólares, incluindo juros.
Weisselberg trabalhou para a família do ex-presidente por meio século. Seu acordo de confissão por escrito não indicou se ele irá cooperar com o gabinete de Bragg.
Trump será julgado a partir de segunda-feira por acusações criminais de ter acobertado um pagamento de 130.000 dólares do seu ex-advogado Michael Cohen para a estrela pornô Stormy Daniels por seu silêncio antes da eleição de 2016 sobre um encontro sexual que ela afirma ter tido com Trump em 2006.
Trump se declarou inocente de 34 denúncias de falsificar registros comerciais e nega ter tido qualquer encontro desse tipo com Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford.
O caso, também movido por Bragg, está prestes a ser o primeiro julgamento criminal de todos os tempos de um ex-presidente dos EUA. Trump também enfrenta outras três acusações pelos seus esforços para reverter a derrota eleitoral de 2020 e pela maneira como lidou com documentos sensíveis do governo. Ele se declarou inocente de todas as acusações.
(Reportagem de Luc Cohen em Nova York)
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