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    'Foi um ataque muito limitado contra Israel, só para mostrar seu direito de autodefesa', avalia embaixador do Brasil no Irã

    "Se Israel não retaliar, a possibilidade de as coisas progressivamente voltarem à normalidade é muito grande", afirma Eduardo Gradilone

    Eduardo Gradilone (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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    247 - Neste domingo (14), o embaixador do Brasil no Irã, Eduardo Gradilone, comentou em entrevista à CNN Brasil o recente ataque iraniano a Israel. Gradilone descreveu o ataque como "limitado" e afirmou que teve o objetivo de "mostrar o direito de autodefesa do país". O diplomata brasileiro participou de uma reunião com o chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, juntamente com outros representantes diplomáticos, em um briefing sobre o tema. 

    Segundo Gradilone, o chanceler iraniano enfatizou que o ataque foi uma resposta às infrações de Israel ao Direito Internacional. "O ponto principal do briefing foi que o chanceler iraniano fez uma recapitulação do que eles consideram infrações de Israel ao direito internacional, mas acho que o que o chanceler mais quis enfatizar é que o Irã lançou um ataque contra Israel muito limitado, só para fins de mostrar que estava exercendo seu direito de autodefesa", disse Gradilone.

    O embaixador brasileiro destacou ainda que o chanceler iraniano considera o assunto encerrado e espera que os Estados Unidos convençam Israel a evitar uma retaliação, contribuindo assim para conter a tensão na região. "Acho que se Israel não retaliar, a possibilidade de as coisas progressivamente voltarem à normalidade é muito grande. Se o Irã, que tem influência sobre os houthis, por exemplo, puder ter uma influência apaziguadora, acho que as probabilidades de pacificação são bastante grandes. Não interessa a ninguém a escalada do conflito".

    Além disso, o embaixador brasileiro comentou a declaração do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, que expressou estar "desapontado" com a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro acerca do ataque iraniano. "Ele é israelense, tem todo motivo para preferir que a reação nossa fosse muito diferente. Mas se você está procurando acomodar as coisas e você está ouvindo o lado iraniano assinalar que houve uma reação muito limitada, muito diferente do que foi o ataque israelense [à embaixada do Irã na Síria], você tem que jogar com isso".

    "Nós estamos querendo que a situação se normalize. Qualquer reação acima do tom, só prejudica. A diplomacia é feita de vários tipos de cuidados e a gente não pode deixar de pensar em todos os tipos de percepções e tentar achar uma forma de conciliá-las ou de evitar que elas possam ser de alguma forma mal-interpretadas", completou o embaixador brasileiro.

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