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Governo de Portugal endurece regras de imigração após guinada à direita

A nova regra exigirá que os imigrantes tenham um contrato de trabalho antes de se mudarem para o país europeu

Parlamento português, em Lisboa (Foto: PEDRO NUNES / REUTERS)

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Por Catarina Demony e Patricia Vicente Ru, Reuters - Portugal anunciou nesta segunda-feira um novo plano que endurecerá algumas regras para imigrantes, seguindo os passos de outros países da UE e a dias de os europeus irem às urnas em uma eleição que deve inclinar a política do bloco à direita.

A nova regra exigirá que os imigrantes tenham um contrato de trabalho antes de se mudarem para Portugal.

"Precisamos de pessoas em Portugal dispostas a nos ajudar a construir uma sociedade mais justa e próspera", disse o primeiro-ministro português, Luis Montenegro. "Mas não podemos ir ao outro extremo e ter portas escancaradas".

O governo proibirá um mecanismo amplamente usado chamado "manifestação de interesse", que durante anos permitiu que imigrantes de fora da UE sem um contrato de trabalho se mudassem para Portugal e solicitassem residência após pagarem previdência social por um ano.

O fim do mecanismo significa que os imigrantes precisam ter um contrato de trabalho antes de se mudarem para o país. A entrada de profissionais qualificados, estudantes, pessoas de nações de língua portuguesa e buscando se reunir com a família serão priorizadas. O governo não deu detalhes sobre a quais "qualificações" se refere.

Segundo Montenegro, há atualmente cerca de 400 mil processos de regularização pendentes, um problema que o governo espera tratar criando uma força-tarefa, reestruturando a recém-criada agência de imigração e fronteira e alocando mais funcionários.

O plano ilustra a guinada à direita das políticas em grande parte da Europa, com os governos tentando evitar a ascensão da extrema-direita sendo mais rígidos com a imigração.

A extrema-direita está se recuperando em Portugal, após a eleição geral em março, vencida por uma margem pequena pela Aliança Democrática (AD), de direita. A AD está governando sem uma maioria e precisa de apoio do partido de extrema-direita Chega ou dos Socialistas, de centro-esquerda, para aprovar legislações.

O populista e anti-imigração Chega é o terceiro maior partido político de Portugal e quadruplicou sua representação parlamentar, com 50 assentos.

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