Groenlândia é alvo de Trump para infraestrutura militar norte-americana. 'A ilha não está à venda', responde primeiro-ministro
A área também é estratégica para EUA e Rússia
247 - O cientista em estudos norte-americanos e segurança, Konstantin Blokhin, afirmou que a retórica do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), sobre a compra da Groenlândia é uma tentativa de obter condições mais favoráveis para a implantação de infraestrutura militar estadunidense na ilha, que fica na costa nordeste da América do Norte, continente formado por três países: México, EUA e Canadá. O analista concedeu entrevista à Sputnik.
Banhada pelo Oceano Atlântico e pelo Glacial Ártico, a Groenlândia foi uma colônia da Dinamarca até 1953. Ela continua fazendo parte do reino dinamarquês, mas recebeu autonomia em 2009, com governo próprio e escolha independente na política interna.
O político da extrema-direita norte-americana classificou como "uma necessidade absoluta" a atuação dos Estados Unidos na Groenlândia, tendo nomeado um novo embaixador dos EUA na Dinamarca. O republicano fez essa declaração em um discurso na última segunda-feira (23).
O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, respondeu às declarações de Trump afirmando que a ilha não está à venda. "Acredito que não se trata de compra, mas de negociar com a Dinamarca condições favoráveis para a instalação de infraestrutura militar americana lá", disse Blokhin, no mesmo dia em que Trump anunciou as intenções do governo estadunidense.
EUA x Rússia
O analista Konstantin Blokhin afirmou que nos círculos militares dos Estados Unidos é comum a ideia de que o século XXI será marcado pelo confronto entre Rússia e Estados Unidos no Ártico, onde há riqueza de recursos naturais.
A Rota Marítima do Norte passa pela área. O Ártico também é o trajeto mais curto para mísseis balísticos intercontinentais entre os EUA e a Rússia, presidida atualmente por Vladimir Putin.
"Obviamente, há uma disputa para criar postos avançados para lutar e competir no Ártico. É improvável que ele compre a Groenlândia. Mas sua retórica é uma técnica clássica de negociação, na qual ele inicialmente exagera suas exigências ao máximo e, no decorrer das negociações, apresenta seus reais objetivos", concluiu o especialista.
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