BRUXELAS (Reuters) - A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, pediu nesta quinta-feira uma maior colaboração de defesa no Ártico com os Estados Unidos durante uma visita à Groenlândia, e rejeitou firmemente o desejo dos EUA de anexar o território dinamarquês semiautônomo.
A visita de Frederiksen ocorre após meses de tensão entre Washington e Copenhague devido às repetidas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a ilha do Ártico deveria se tornar parte dos Estados Unidos.
Em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro da Groenlândia que deixou o cargo e o novo premiê, Frederiksen mudou para o inglês para se dirigir diretamente aos Estados Unidos, convidando-os a fortalecer a segurança no Ártico junto com a Dinamarca e a Groenlândia.
"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para enviar uma mensagem diretamente aos Estados Unidos da América", disse Frederiksen a bordo de um navio militar com penhascos nevados ao fundo.
"Não se trata apenas da Groenlândia ou da Dinamarca, mas da ordem mundial que construímos juntos através do Atlântico ao longo de gerações. Não se pode anexar outro país, nem mesmo com um argumento sobre segurança", disse ela.
Seus comentários foram feitos logo após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, terem se encontrado à margem de uma reunião da Otan em Bruxelas.
De acordo com Rasmussen, Rubio reconheceu o direito da Groenlândia à autodeterminação.
Rubio reafirmou a "forte relação" entre os EUA e a Dinamarca, disse o Departamento de Estado em um comunicado após a reunião.
Enquanto isso, o novo primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, que venceu as eleições parlamentares do mês passado, disse na coletiva de imprensa que era importante que a Dinamarca e a Groenlândia se mantivessem unidas em uma situação de tamanha pressão externa, segundo o jornal Sermitsiaq.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, visitou uma base militar norte-americana no norte da Groenlândia na última sexta-feira e acusou a Dinamarca de não estar fazendo um bom trabalho para manter a segurança da ilha ártica. Ele sugeriu que os EUA protegeriam melhor o território estrategicamente localizado.
Frederiksen disse na ocasião que a descrição de Vance sobre a Dinamarca "não era justa".
Nesta quinta-feira, ela delineou os compromissos de segurança da Dinamarca, incluindo novos navios no Ártico, drones de longo alcance e capacidade de satélite, e disse que a Dinamarca anunciaria mais investimentos.
"Se vocês quiserem estar mais presentes na Groenlândia, a Groenlândia e a Dinamarca estão prontas e se quiserem fortalecer a segurança no Ártico, assim como nós, então vamos fazer isso juntos", disse ela.
(Reportagem de Tom Little em Nuuk, Louise Rasmussen e Stine Jacobsen em Copenhague, Daphne Psaledakis e Andrew Gray em Bruxelas)

Luis Mauro Filho

original

1250x600

610x380

1280x490

300x400

500x240

321x200

square

360x640

320x320

thumbnail

viewImage

Mundo

"Você não pode anexar outro país", diz primeira-ministra dinamarquesa aos EUA sobre Groenlândia

247 - A Groenlândia é menos segura hoje do que era há algumas décadas e a ilha ártica estaria melhor sob a segurança dos Estados Unidos do que sob a liderança da Dinamarca, disse o vice-presidente dos EUA, JD Vance, nesta sexta-feira (28). As informações são da Reuters. 
"Nosso argumento é realmente com a liderança da Dinamarca, que não investe na Groenlândia e não investe em sua arquitetura de segurança. Isso simplesmente precisa mudar. A política dos Estados Unidos é que isso mude", disse Vance a repórteres na base militar dos EUA em Pituffik, na Groenlândia. 
"Acho que vocês estariam muito melhor... sob o guarda-chuva de segurança dos Estados Unidos do que sob o guarda-chuva de segurança da Dinamarca", disse Vance.
Vance disse que o país europeu não tem desempenhado um bom papel na proteção do território dinamarquês semi-autônomo nem de sua população contra incursões de China e Rússia. Ao mesmo tempo, ele prometeu respeitar a soberania da Groenlândia e convidou o povo local a firmar uma parceria com os EUA.
O vice-presidente também ressaltou que Rússia, China e outras nações estão demonstrando um "interesse extraordinário" nas rotas de navegação, passagens árticas e minerais da região. Segundo ele, os Estados Unidos investirão mais recursos, como navios da Marinha e quebra-gelos militares
Vance visita a Groenlândia em um momento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, está renovando sua insistência de que Washington deve assumir o controle do território dinamarquês semiautônomo.
Em uma versão alterada de um plano de viagem que irritou autoridades da Groenlândia e da Dinamarca, Vance visitará a base militar dos EUA em Pituffik, no norte da ilha ártica.
A delegação também inclui a esposa de Vance, Usha, o conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, e o secretário de Energia, Chris Wright.
Protestos de residentes haviam sido planejados para a visita, mas a mudança no plano de viagem significa que Vance e sua esposa não se encontrarão com a população local.
De acordo com os termos de um acordo de 1951, os EUA têm o direito de visitar sua base sempre que quiserem, desde que notifiquem a Groenlândia e Copenhague. Pituffik está localizada ao longo da rota mais curta da Europa para a América do Norte e é vital para o sistema de alerta de mísseis balísticos dos EUA.
Trump reiterou seu desejo de assumir o controle da Groenlândia na quarta-feira, dizendo que os EUA precisam da ilha para a segurança nacional e internacional.
"Portanto, acho que iremos até onde for necessário. Precisamos da Groenlândia e o mundo precisa que tenhamos a Groenlândia, inclusive a Dinamarca", disse ele.
A ilha, cuja capital Nuuk fica mais próxima de Nova York do que da capital dinamarquesa Copenhague, possui riquezas minerais, petróleo e gás natural, mas o desenvolvimento tem sido lento e o setor de mineração tem recebido poucos investimentos dos EUA. As empresas de mineração que operam na Groenlândia são, em sua maioria, australianas, canadenses ou britânicas.
Uma autoridade da Casa Branca disse que a Groenlândia tem um amplo suprimento de minerais de terras raras que fomentariam a próxima geração da economia dos EUA.
O plano inicial da viagem era que a esposa de Vance comparecesse a uma corrida de trenós puxados por cães na ilha junto com Waltz, apesar de não terem sido convidados pelas autoridades da Groenlândia ou da Dinamarca.
Muitos groenlandeses se opuseram ao itinerário original porque ele contornou os canais oficiais, especialmente durante o período delicado das negociações de coalizão após a eleição deste mês na ilha.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, chamou de "inaceitáveis" os planos iniciais para a visita dos EUA. 
Alguns moradores de Nuuk continuavam irritados com o governo Trump antes da visita de Vance.
"Eu sou um ser humano. Os seres humanos não estão à venda. Nós não estamos à venda", disse Tungutaq Larsen, cineasta, à Reuters.
As pesquisas de opinião têm mostrado que quase todos os groenlandeses se opõem a se tornar parte dos EUA. Manifestantes antiamericanos têm realizado alguns dos maiores protestos já vistos na Groenlândia. (Com informações da Reuters).

Leonardo Sobreira

Vance e sua mulher Usha visitam base norte-americana na Groenlândia - 28/03/2025

3000x1800

JD Vance diz que Groenlândia estará mais segura com EUA do que com Dinamarca em visita à ilha

Reuters - O presidente norte-americano, Donald Trump, expressou confiança nesta quinta-feira de que os Estados Unidos anexarão a Groenlândia.
"Acho que isso vai acontecer", disse ele aos repórteres durante uma reunião no Salão Oval.
O partido Demokraatit, de oposição pró-negócios da Groenlândia, que quer uma abordagem lenta para a independência da Dinamarca, venceu a eleição parlamentar de terça-feira.
Trump disse que a eleição foi boa para os Estados Unidos. A Dinamarca disse que a Groenlândia não está à venda.

Paulo Emilio

Trump expressa confiança de que EUA anexarão Groenlândia

247 - A Dinamarca respondeu nesta quarta-feira (5) às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reafirmou seu interesse na Groenlândia e sugeriu que o território poderia vir a integrar o solo americano "de uma forma ou de outra", destaca a AFP através do <a href="https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2025/03/05/nao-vai-acontecer-diz-ministro-dinamarques-sobre-ideia-de-trump-para-groenlandia.htm">Uol</a>. O ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, rejeitou categoricamente a ideia, afirmando que "isso não vai acontecer". Ele reforçou que qualquer decisão sobre o futuro da ilha cabe exclusivamente ao povo groenlandês. "A direção que a Groenlândia desejar tomar será decidida pelos groenlandeses", declarou Poulsen.
A Groenlândia, a maior ilha do Ártico, é um território pertencente à Coroa da Dinamarca, mas conta com um governo autônomo, que detém amplos poderes. A região tem grande importância estratégica e, segundo analistas, abriga vastas reservas inexploradas de minerais e petróleo, tornando-se um foco de interesse geopolítico.
Em um discurso no Congresso americano na terça-feira (4), Trump reiterou seu desejo de tornar a ilha parte dos Estados Unidos. "Realmente precisamos disso para a segurança mundial internacional (...) e acredito que vamos conseguir. De uma forma ou de outra, vamos conseguir", afirmou. O republicano ainda fez promessas grandiosas sobre o futuro da região. "Vamos manter os seguros, vamos preparar os ricos e, juntos, levaremos a Groenlândia a níveis que nunca imaginamos possíveis", declarou.
A declaração ocorre em um momento sensível para o território, que se prepara para eleições legislativas no próximo dia 11 de março. Diante de preocupações sobre possíveis interferências externas, o Parlamento groenlandês aprovou uma legislação que proíbe partidos políticos de receberem doações anônimas ou estrangeiras.

Camila França

O Ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen,

Dinamarca reage à declaração de Trump sobre compra da Groenlândia: "não vai acontecer"

247 - Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (28) pelo jornal dinamarquês Berlingske e pela publicação groenlandesa Sermitsiaq revelou que a grande maioria da população da Groenlândia rejeita a ideia de anexação aos Estados Unidos, informa a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2025/01/pesquisa-mostra-que-85-da-populacao-da-groenlandia-rejeita-anexacao-aos-eua.shtml">Folha de S. Paulo</a>. Segundo o levantamento realizado pela empresa Verian, 85% dos groenlandeses preferem manter os laços com a Dinamarca, enquanto apenas 6% manifestaram interesse em se tornar parte dos EUA. Outros 9% se declararam indecisos. &nbsp;
O resultado é um duro golpe para as alegações do presidente norte-americano Donald Trump, que desde seu primeiro mandato insiste que a Groenlândia estaria ansiosa para integrar os Estados Unidos. Trump justificou sua ambição pela maior ilha do mundo com argumentos ligados à segurança nacional e chegou a sugerir que poderia utilizar a força para garantir o controle do território. &nbsp;
A insistência do republicano vai na contramão dos líderes da Groenlândia, que há anos discutem um caminho para a independência da Dinamarca. O primeiro-ministro groenlandês, Mute B. Egede, deixou claro que a ilha não pretende se tornar uma colônia americana. "Não queremos ser dinamarqueses, não queremos ser americanos, queremos, claro, ser groenlandeses", afirmou. &nbsp;
Pressão americana e mobilização europeia - Diante do avanço da retórica de Trump, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, intensificou esforços diplomáticos para garantir apoio de aliados europeus. Em uma rápida turnê por Berlim, Paris e Bruxelas, Frederiksen buscou projetar unidade e reafirmar a soberania da Groenlândia, enquanto tenta evitar um confronto direto com os EUA. &nbsp;
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, reforçou a posição oficial do governo dinamarquês. "Trump não deveria ter a Groenlândia", disse Rasmussen à mídia dinamarquesa. "A Groenlândia é a Groenlândia. O povo groenlandês é um povo também no sentido do direito internacional", destacou, defendendo o direito dos habitantes de decidir seu próprio futuro. &nbsp;
Medo da influência americana - A pesquisa também apontou que 45% da população da Groenlândia vê o interesse de Trump como uma ameaça. Apenas 8% aceitariam um passaporte americano caso tivessem que escolher entre a cidadania dinamarquesa e a dos EUA. &nbsp;
O levantamento foi realizado entre os dias 22 e 26 de janeiro, com uma amostra representativa de 497 cidadãos groenlandeses maiores de 18 anos. A margem de erro da pesquisa é de aproximadamente 3,1 pontos percentuais. &nbsp;

Guilherme Levorato

Groenlândia: 85% da população local rejeita anexação aos EUA

247 – Nesta segunda-feira, Bernie Sanders, senador pelo estado de Vermont e ex-pré-candidato presidencial pelo Partido Democrata, fez críticas contundentes ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em uma postagem nas redes sociais, Sanders ironizou as intenções de Trump em relação à Groenlândia e sugeriu que o mandatário norte-americano deveria, ao invés disso, aprender com os avanços sociais da Dinamarca.
"Sr. Presidente: em vez de roubar a Groenlândia da Dinamarca, eu tenho uma ideia melhor", escreveu Sanders em sua conta oficial. Ele prosseguiu enumerando os benefícios oferecidos pelo modelo social dinamarquês: "Na Dinamarca, todos têm garantia de acesso à saúde, a educação universitária é gratuita, os pais recebem um ano de licença-paternidade remunerada e os trabalhadores não ganham menos de US$ 22 por hora. Vamos roubar essas ideias."
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Mr. President: Instead of stealing Greenland from Denmark, I have a better idea. In Denmark, everyone is guaranteed health care, college education is free, parents receive 1-year of paid paternity leave &amp; workers don’t make less than $22 an hour. Let&#39;s steal those ideas.&mdash; Bernie Sanders (@SenSanders) <a href="https://twitter.com/SenSanders/status/1884078267214487788?ref_src=twsrc%5Etfw">January 28, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
A crítica de Sanders veio em tom sarcástico, mas trouxe à tona o debate sobre as diferenças entre os modelos econômicos e sociais dos dois países. Enquanto os Estados Unidos seguem uma linha capitalista com pouca intervenção estatal, a Dinamarca é frequentemente apontada como exemplo de uma social-democracia eficiente, com alto padrão de qualidade de vida e baixa desigualdade social.
Um modelo admirado
A fala de Sanders reforça uma visão que ele tem defendido há anos: a de que os Estados Unidos deveriam adotar políticas públicas mais voltadas ao bem-estar social. Durante sua campanha presidencial, ele destacou a importância de saúde universal, acesso gratuito à educação superior e melhores condições de trabalho como pilares de um governo que busca reduzir as desigualdades.
O modelo dinamarquês, mencionado por Sanders, é amplamente reconhecido por oferecer benefícios sociais robustos financiados por impostos progressivos. O sistema de saúde é universal e gratuito para os cidadãos, enquanto o acesso à educação superior não exige pagamento de mensalidades. Além disso, os trabalhadores contam com salários mínimos elevados e amplos direitos trabalhistas.

Redação Brasil 247

“Trump não deveria roubar a Groenlândia, mas as boas ideias da Dinamarca", diz Bernie Sanders

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou claro em uma conversa telefônica com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, que estava falando sério sobre a possibilidade de tomar a Groenlândia. A ligação, descrita como "intensa", ocorreu na semana passada, conforme reportado pelo Financial Times. O diálogo de 45 minutos evidenciou a determinação de Trump em relação à questão, apesar das autoridades dinamarquesas reiteraram que o território não está à venda. As informações são do <a href="https://www.independent.co.uk/news/world/americas/us-politics/trump-frederiksen-denmark-greenland-call-b2686079.html">The Independent</a>.
De acordo com fontes que tiveram acesso à conversa, a chamada foi caracterizada por um tom agressivo e confrontador por parte do presidente dos EUA. "Ele foi muito firme", declarou uma das fontes anônimas. Outra, citada pelo Financial Times, comparou a conversa a "um balde de água fria", afirmando: "Antes, era difícil levar a sério. Mas agora eu acho que é sério, e potencialmente muito perigoso."Embora Frederiksen tenha tentado amenizar a situação com uma oferta de aumentar a cooperação entre os dois países, especialmente no que diz respeito a bases militares e exploração de recursos naturais na região, Trump se manteve firme em suas intenções. O governo dinamarquês ficou alarmado com a postura agressiva do presidente. "A intenção foi muito clara", afirmou um oficial dinamarquês ao Financial Times. "Eles querem isso. Agora, os dinamarqueses estão em modo de crise."
Além das discussões sobre a Groenlândia, Trump também comentou sobre a importância estratégica do território no contexto da crescente presença de China e Rússia no Ártico. "A segurança e a proteção da Groenlândia são importantes para os Estados Unidos, à medida que China e Rússia fazem investimentos significativos em toda a região Ártica", disse Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, em entrevista à Fox News.

Otávio Rosso

Trump disse à primeira-ministra dinamarquesa que estava ‘falando sério’ sobre anexar a Groenlândia

OSLO (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, conversou com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nesta sexta-feira, e os dois concordaram que o tema da Groenlândia será discutido mais para frente, disse o Ministério das Relações Exteriores dinamarquês em um comunicado.
Rasmussen e Rubio, enquanto isso, discutiram Ucrânia, segurança europeia e a situação no Oriente Médio em sua conversa, disse o ministério.

Bianca Penteado

Ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen
15/10/2024


Dinamarca diz que concorda com EUA em discutir sobre Groenlândia mais para frente

247 - O deputado dinamarquês Anders Vistisen, conhecido por suas posições fortes, não poupou palavras ao criticar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma sessão no Parlamento Europeu. A reação de Vistisen foi em resposta à sugestão de Trump, feita em 7 de janeiro, de que os Estados Unidos deveriam anexar a Groenlândia. “Senhor Trump, vá se foder”, disse o deputado. As informações são do <a href="https://www.diariocarioca.com/mundo/deputado-dinamarques-da-recado-a-trump-sobre-groenlandia-mr-trump-va-se-fder/">Diário Carioca</a>.
A sugestão de Trump, que visava transformar a Groenlândia em um território estratégico para os Estados Unidos, gerou um rebuliço diplomático. O ex-presidente justificou sua proposta afirmando que o controle da ilha ajudaria a proteger o “mundo livre” contra a crescente influência de potências como China e Rússia, algo que ele considerava crucial para a segurança global. No entanto, essa postura foi prontamente rejeitada por figuras políticas da Dinamarca e da Groenlândia, que reafirmaram a soberania da ilha.
Vistisen, durante sua intervenção no Parlamento Europeu, foi claro ao afirmar que a Groenlândia é parte do Reino da Dinamarca há mais de 800 anos e que a ilha “não está à venda”.
O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, também foi firme em sua postura. Em uma coletiva de imprensa, ele declarou: “Somos groenlandeses. Não queremos ser americanos nem dinamarqueses. O futuro da Groenlândia será decidido pela Groenlândia.”
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560">During a session at the European Parliament in Strasbourg on January 21, Danish politician Anders Vistisen utters the words on the lips of every person living outside the U.S.A.<a href="https://t.co/1IrjQjtPbz">pic.twitter.com/1IrjQjtPbz</a>&mdash; Gabriel Reid (@DrGabrielReid) <a href="https://twitter.com/DrGabrielReid/status/1881980983056155084?ref_src=twsrc%5Etfw">January 22, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
&nbsp;

Deputado dinamarquês de direita xinga Trump por falas sobre Groenlândia: “vá se foder”

247 - O vice-presidente eleito dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou em entrevista ao canal Fox News, exibida neste domingo (12), que "há um acordo a ser feito na Groenlândia", reforçando a intenção expansionista do presidente eleito, Donald Trump, de tornar os EUA proprietários da maior ilha do mundo.
A Groenlândia, um território dinamarquês, é "realmente importante para os EUA estrategicamente" e possui "vastos recursos naturais", justificou Vance, acrescentando que a população local "quer ter autonomia para desenvolver" esses recursos. Segundo ele, Washington poderia conceder tal "autonomia".&nbsp;
No entanto, o território não abandonou suas aspirações independentistas. O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, exigiu na sexta-feira (10) mais respeito, durante uma coletiva de imprensa em Copenhague: "Temos um desejo de independência, um desejo de ser donos da nossa própria casa… Isto é algo que todos deveriam respeitar".&nbsp;
Ao mesmo tempo, ele disse estar pronto para conversar com Trump. Questionado se teve contato com o futuro presidente dos EUA, Egede respondeu, conforme citado pela Reuters: “Não, mas estamos prontos para conversar”.
Enquanto isso, o governo da Dinamarca propôs comprar dois novos navios de inspeção do Ártico e aumentar as patrulhas de trenós puxados por cães para reforçar sua presença militar na Groenlândia, informou a agência na sexta. Copenhague também propôs modernizar o aeroporto em Kangerlussuaq, uma antiga base militar dos EUA no oeste da Groenlândia, para acomodar caças F-35. Além disso, já reservou 400 milhões de dólares para fortalecer a vigilância e a inteligência no Ártico e no Atlântico Norte com drones de longo alcance.
Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro, disse na última terça-feira (7) que não descartaria o uso de ações militares ou econômicas para tornar a Groenlândia parte dos EUA. No mesmo dia, o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., fez uma visita à Groenlândia.&nbsp;

Primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, durante abertura do novo escritório da Comissão Europeia em Nuuk, na Groenlândia - 15/03/2024 

Vice-presidente eleito dos EUA ameaça comprar Groenlândia; líder da ilha defende independência plena

247 - Donald Trump Jr. tem viagem marcada para a Groenlândia nesta terça-feira (7), uma visita que ocorre poucas semanas após seu pai, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, gerar polêmica ao reafirmar seu desejo de obter o controle do território autônomo dinamarquês, informa a <a href="https://edition.cnn.com/2025/01/06/europe/trump-greenland-visit-denmark-intl-latam/index.html">CNN</a>. A informação foi confirmada por Trump em uma postagem no Truth Social, na qual anunciou que seu filho visitará a ilha acompanhado de "vários representantes" para conhecer algumas das "áreas e paisagens mais magníficas" do local.
Trump também aproveitou a ocasião para reiterar sua intenção de assumir o vasto território ártico, destacando que, caso a Groenlândia se torne parte dos Estados Unidos, ela seria protegida e valorizada. "Eu estou ouvindo que o povo da Groenlândia é 'MAGA'", afirmou, referindo-se ao seu slogan "Make America Great Again" (Faça a América Grande Novamente), em um tom de apoio à ideia de anexação. "A Groenlândia é um lugar incrível, e o povo se beneficiará imensamente se, e quando, ela se tornar parte da nossa nação. Nós a protegeremos e a valorizaremos, contra um mundo exterior muito vicioso. Make Greenland Great Again!" completou.
O ministério das Relações Exteriores da Dinamarca, por sua vez, declarou que tomou conhecimento da viagem de Trump Jr., mas afirmou que não comentaria mais detalhes, já que a visita "não é uma viagem oficial americana." A reportagem da Reuters citou o secretário permanente de Relações Exteriores da Groenlândia, Mininnguaq Kleist, que classificou o evento como uma "visita privada" e confirmou que o objetivo principal seria gravar material para um podcast.
Esse movimento de Trump Jr. ocorre no contexto de uma declaração de seu pai no mês passado, em que afirmou que a Groenlândia deveria ser incorporada aos Estados Unidos por ser "uma necessidade absoluta" para fins de "segurança nacional e liberdade em todo o mundo". A proposta de Trump não é nova — durante seu primeiro mandato, ele chegou a sugerir a compra da ilha da Dinamarca, mas a proposta foi rejeitada pelo governo dinamarquês e pelo governo da Groenlândia, que afirmou publicamente que o território "não está à venda".
O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, reafirmou essa posição em dezembro, em resposta aos comentários de Trump, dizendo que a Groenlândia "não está à venda e nunca estará à venda." O escritório da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, também se posicionou, qualificando a ideia de compra como "absurda". De acordo com o comunicado, "quanto às declarações sobre a Groenlândia, o escritório da primeira-ministra não tem comentários, além de se referir ao que foi dito pelo primeiro-ministro da Groenlândia sobre a Groenlândia não estar à venda, mas aberta à cooperação."
A Groenlândia, que abriga a Base Aérea de Thule, a base militar mais ao norte dos Estados Unidos, sempre foi de interesse estratégico para Washington. Em 1946, os Estados Unidos tentaram comprar o território, e em 1867, o secretário de Estado William Seward também manifestou desejo de adquirir a ilha. No entanto, até hoje, as tentativas de controle do território foram infrutíferas.
Em recente discurso de Ano Novo, o primeiro-ministro da Groenlândia reforçou a pressão por independência da Dinamarca, dizendo que a ilha deveria se libertar "das correntes do colonialismo", sem, no entanto, fazer menção direta aos Estados Unidos.

Filho de Trump vai à Groenlândia após presidente eleito afirmar que deseja anexar o território

247 - O cientista em estudos norte-americanos e segurança, Konstantin Blokhin, afirmou que a retórica do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), sobre a compra da Groenlândia é uma tentativa de obter condições mais favoráveis para a implantação de infraestrutura militar estadunidense na ilha, que fica na costa nordeste da América do Norte, continente formado por três países: México, EUA e Canadá. O analista concedeu entrevista à Sputnik. Banhada pelo Oceano Atlântico e pelo Glacial Ártico, a Groenlândia foi uma colônia da Dinamarca até 1953. Ela continua fazendo parte do reino dinamarquês, mas recebeu autonomia em 2009, com governo próprio e escolha independente na política interna. O político da extrema-direita norte-americana classificou como "uma necessidade absoluta" a atuação dos Estados Unidos na Groenlândia, tendo nomeado um novo embaixador dos EUA na Dinamarca. O republicano fez essa declaração em um discurso na última segunda-feira (23). O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, respondeu às declarações de Trump afirmando que a ilha não está à venda. "Acredito que não se trata de compra, mas de negociar com a Dinamarca condições favoráveis para a instalação de infraestrutura militar americana lá", disse Blokhin, no mesmo dia em que Trump anunciou as intenções do governo estadunidense. <h2>EUA x Rússia</h2> O analista Konstantin Blokhin afirmou que nos círculos militares dos Estados Unidos é comum a ideia de que o século XXI será marcado pelo confronto entre Rússia e Estados Unidos no Ártico, onde há riqueza de recursos naturais. A Rota Marítima do Norte passa pela área. O Ártico também é o trajeto mais curto para mísseis balísticos intercontinentais entre os EUA e a Rússia, presidida atualmente por Vladimir Putin. "Obviamente, há uma disputa para criar postos avançados para lutar e competir no Ártico. É improvável que ele compre a Groenlândia. Mas sua retórica é uma técnica clássica de negociação, na qual ele inicialmente exagera suas exigências ao máximo e, no decorrer das negociações, apresenta seus reais objetivos", concluiu o especialista.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20241024171012_f72737950238892ac5c2f29d620023e8e25f5edb078402daebe847fe7c36dfcf.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20241024171012_f72737950238892ac5c2f29d620023e8e25f5edb078402daebe847fe7c36dfcf" data-rendition-name="original" width="982" height="538" loading="lazy" alt="vladimir-putin"><figcaption>Vladimir Putin. Foto: Sputnik</figcaption></figure>

Tag: dinamarca