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    Guarda Revolucionária do Irã bane dispositivos de comunicação após ataque israelense ao Hezbollah

    Ataques coordenados contra dispositivos de comunicação de aliados no Líbano deixam dezenas de mortos e milhares de feridos

    Ambulância no Líbano (Foto: Mohamed Azakir / Reuters)

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    Reuters – A Guarda Revolucionária do Irã (IRGC) ordenou que seus membros interrompessem o uso de dispositivos de comunicação, após uma série de explosões envolvendo pagers e rádios usados por seus aliados do Hezbollah no Líbano. A informação foi revelada por duas fontes de segurança iranianas à agência Reuters. A medida foi tomada após ataques que resultaram na morte de 39 pessoas e deixaram mais de 3.000 feridos na última semana.

    Um dos oficiais de segurança afirmou que a IRGC está conduzindo uma operação em larga escala para inspecionar todos os dispositivos, não apenas os de comunicação, uma vez que muitos destes eram de fabricação caseira ou importados da China e da Rússia. "Estamos preocupados com a infiltração de agentes israelenses, incluindo iranianos a serviço de Israel", revelou a fonte, que preferiu não ser identificada devido à sensibilidade do tema.

    Essas explosões, que ocorreram em redutos do Hezbollah, geraram alarme dentro da hierarquia iraniana. Na quarta-feira, explosões em centenas de rádios usados pelo grupo libanês agravaram ainda mais a situação. Hezbollah e o governo libanês acusam Israel de estar por trás dos ataques, mas Israel não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

    Medidas de segurança reforçadas

    O aumento nas medidas de segurança se estende não apenas à comunicação entre as forças da IRGC, mas também às instalações estratégicas do Irã, como seus complexos nucleares e de mísseis. “Desde o ano passado, as medidas de segurança nesses locais foram significativamente reforçadas”, destacou outro oficial iraniano.

    Além disso, a IRGC está investigando profundamente seus quadros médios e superiores, incluindo suas contas bancárias e histórico de viagens, numa tentativa de identificar possíveis infiltrações. "Nunca houve medidas de segurança tão rígidas e extremas como as que estão em vigor agora", acrescentou a fonte, sugerindo que o país enfrenta uma ameaça sem precedentes em sua estrutura interna.

    O ataque coincide com a escalada do conflito entre Israel e seus inimigos na região, em especial o Hezbollah, aliado próximo do Irã. Esta situação agravou-se após o conflito entre Israel e o grupo Hamas, iniciado após o ataque às comunidades israelenses no sul do país, em outubro de 2023.

    Essas tensões históricas entre Irã e Israel, que englobam décadas de rivalidade e conflitos indiretos, estão mais evidentes após os recentes acontecimentos. O governo iraniano não reconhece a legitimidade de Israel, e o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, já se referiu a Israel como um "tumor cancerígeno" que "será inevitavelmente destruído".

    Impacto na comunicação militar

    De acordo com as fontes consultadas, a IRGC já havia deixado de utilizar pagers há mais de duas décadas e, atualmente, utiliza uma ampla gama de dispositivos criptografados, muitos desenvolvidos internamente para evitar dependência de importações estrangeiras, especialmente devido às sanções impostas ao país por seu programa nuclear.

    No entanto, ao longo dos anos, o Irã também importou dispositivos de comunicação de países como China, Rússia e Japão. O recente ataque levantou preocupações sobre a vulnerabilidade de alguns desses sistemas, especialmente aqueles usados pelo Hezbollah.

    A investigação continua, com técnicos iranianos analisando amostras dos dispositivos explodidos, na esperança de encontrar pistas que levem ao responsável pelos ataques.

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