Hamas envia delegação ao Cairo e afirma agir com “espírito positivo” nas negociações de cessar-fogo
Delegação palestina discute proposta de trégua com mediadores egípcios e catarianos enquanto Israel amplia ofensiva militar no sul da Faixa de Gaza
247 - O movimento de resistência palestino Hamas anunciou que está lidando “positivamente” com as negociações de cessar-fogo mediadas pelo Egito e pelo Catar, após enviar sua delegação liderada por Khalil al-Hayya à capital egípcia, Cairo. As informações foram divulgadas originalmente pelo portal libanês Al Mayadeen.
Segundo comunicado oficial do grupo palestino, a delegação está em diálogo com os mediadores para “continuar os esforços visando chegar a um acordo e garantir um cessar-fogo que ponha fim à agressão israelense na Faixa de Gaza”. O Hamas reafirmou seu compromisso com propostas que contemplem quatro pontos principais: um cessar-fogo permanente, a retirada total das forças israelenses de Gaza, o fim do sofrimento imposto à população palestina e um acordo de troca de prisioneiros que seja considerado sério por ambas as partes.
As negociações, embora marcadas por impasses, continuam ocorrendo em sigilo. Segundo a emissora israelense Kan, essa estratégia busca criar um ambiente mais propício ao avanço das tratativas, sem a pressão da cobertura midiática. Fontes ligadas às discussões indicam que Israel propôs a libertação de dez prisioneiros, incluindo o cidadão israelense e norte-americano Edan Alexander. O Hamas, por sua vez, propôs a libertação de cinco prisioneiros, com as partes ainda buscando um ponto de equilíbrio para avançar.
Enquanto isso, no terreno, a ofensiva israelense se intensifica. O ministro da Segurança de Israel, Israel Katz, anunciou neste sábado (12) que o exército israelense assumiu o controle do eixo de Morag, entre Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza. Katz afirmou que essa faixa, próxima à fronteira com o Egito, foi incorporada a uma nova “zona de segurança” sob domínio israelense.
No campo diplomático, os ministros das Relações Exteriores do Egito e da Palestina também discutiram a atual conjuntura no encontro bilateral ocorrido durante o Fórum de Diplomacia de Antália. O chanceler egípcio, Badr Abdelatty, reafirmou a rejeição ao deslocamento forçado de palestinos e a necessidade da criação de um Estado palestino independente com base nas fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital.
Abdelatty destacou que o Egito está empenhado em criar condições políticas para alcançar esse objetivo e também coordena, com a Autoridade Palestina e a ONU, os preparativos para uma conferência internacional de reconstrução da Faixa de Gaza.
O chanceler palestino Mohammad Mustafa endossou os esforços do Egito, enquanto ambas as partes também discutiram os ataques israelenses à Cisjordânia, incluindo incursões em cidades e campos de refugiados.
A movimentação diplomática e as negociações no Cairo ocorrem em um contexto de pressão internacional crescente por uma saída política para o conflito. Nos bastidores, novas propostas estão sendo avaliadas para destravar as negociações e garantir um cessar-fogo duradouro. Uma fonte palestina ouvida pela Al Mayadeen afirmou que a delegação do Hamas está pronta para discutir os “últimos desenvolvimentos” e examinar as propostas mais recentes com os mediadores egípcios.
Essa nova rodada de diálogo ocorre em meio a uma conjuntura regional marcada por forte tensão e esforços para reestabelecer a estabilidade. O Egito tem mantido um papel ativo como mediador, em articulação com os países da Liga Árabe e com o apoio do Catar, um dos principais canais de interlocução com o Hamas.
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