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      Hungria aprova legislação que ataca comunidade LGBTQ+ em meio à corrida eleitoral crescente

      Mudança constitucional impulsionada por Orbán limita direitos LGBTQ+ e de estrangeiros, sob argumento de proteger crianças e combater influências externas

      Manifestação após aprovação de lei que proíbe comunidades LGBTQ+ de realizar a Parada do Orgulho anual em Budapeste, Hungria 25/03/2025 (Foto: REUTERS/Marton Monus)
      Luis Mauro Filho avatar
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      BUDAPESTE (Reuters) - O Parlamento húngaro aprovou nesta segunda-feira (14) mudanças constitucionais que têm como alvo as pessoas LGBTQ+ e o que o governo chama de "redes de pressão política financiadas por estrangeiros" que prejudicam a soberania do país.

      O primeiro-ministro nacionalista, Viktor Orbán, no poder desde 2010, enfrenta eleições em 2026 com a economia em dificuldades e um novo partido de oposição que representa o maior desafio até agora para seu governo. Segundo alguns analistas, as emendas constitucionais fazem parte da campanha política de Orbán para aumentar o núcleo de sua base eleitoral e também atrair votos da extrema-direita.

      As emendas constitucionais, que foram facilmente aprovadas nesta segunda-feira devido à maioria de dois terços do Fidesz, partido de Orbán, e com o apoio de parlamentares de extrema-direita, enfatizam a proteção do desenvolvimento "físico e moral" das crianças em detrimento de todos os outros direitos.

      A emenda foi aprovada com 140 parlamentares votando a favor e 21 contra.

      "Os parlamentares do governo veem essa mudança como uma salvaguarda constitucional contra influências ideológicas que, segundo eles, ameaçam o bem-estar das crianças, especialmente no contexto de eventos como as paradas do Orgulho", disse o porta-voz do governo, Zoltan Kovacs, no X antes da votação.

      As mudanças também consagram na Constituição que a Hungria reconhece apenas dois sexos, masculino e feminino, em linha com a agenda cristã-conservadora de Orbán.

      A emenda desta segunda-feira sustenta a legislação aprovada em 18 de março que proíbe a marcha anual do Orgulho, restringindo efetivamente a liberdade de reunião e provocando protestos contra as mudanças aceleradas pelo partido Fidesz de Orbán. O Fidesz disse que o evento poderia ser considerado prejudicial para as crianças e que protegê-las suplantaria o direito de reunião.

      A comunidade LGBTQ tem sido um alvo do partido governista há anos, disseram os organizadores da marcha em seu site. Eles disseram que se o partido do governo tentar proibir uma manifestação pelos direitos das pessoas LGBTQ, não há garantia de que eles não proibirão protestos pacíficos de outros grupos.

      Outra das emendas desta segunda-feira diz que a cidadania dos húngaros que também são cidadãos de outro país fora da UE "pode ser suspensa por um período fixo".

      "Essa mudança é parte de um esforço mais amplo para combater o que as autoridades descrevem como redes de pressão política financiadas por estrangeiros que minam a democracia e a soberania húngaras", disse o porta-voz do governo em um tuíte.

      (Reportagem de Krisztina Than e Anita Komuves)

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