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    Hunter Biden entrou em contato com embaixador dos EUA em 2016 em busca de projeto para empresa ucraniana, diz NYT

    Filho de Joe Biden escreveu pelo menos uma carta naquele ano para o embaixador dos EUA em Roma em nome da empresa de energia Burisma

    Hunter Biden (Foto: REUTERS/Jonathan Ernst/File Photo)

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    (Reuters) - Hunter Biden entrou em contato com o então embaixador dos Estados Unidos na Itália enquanto seu pai, Joe Biden, era vice-presidente dos EUA, em 2016, em uma tentativa de conseguir um projeto geotérmico na empresa ucraniana Burisma, na qual Hunter Biden atuou no conselho, de acordo com uma reportagem do New York Times, citando registros obtidos pelo jornal.

    Hunter Biden escreveu pelo menos uma carta naquele ano para o embaixador dos EUA em Roma em nome da empresa de energia Burisma, afirmou o jornal na terça-feira.

    Seu advogado, Abbe Lowell, disse à Reuters nesta quarta-feira que Hunter Biden e outras pessoas pediram ao embaixador John Phillips e outros para serem apresentados ao governador da região da Toscana, na Itália, onde a empresa estava avaliando projetos.

    "Nenhuma reunião ocorreu, nenhum projeto se concretizou, nenhuma solicitação de qualquer coisa nos EUA foi feita, e apenas uma apresentação na Itália foi solicitada", disse Lowell em um comunicado. "A carta, assim como as cartas escritas por outras pessoas da Burisma, não buscava nada mais do que uma apresentação, como centenas de empresas fazem todos os anos com embaixadores e embaixadas."

    Uma pessoa não identificada envolvida na tentativa também disse que o projeto nunca se concretizou, segundo o NYT, que afirmou não estar claro se a embaixada dos EUA na Itália tomou alguma medida em nome da Burisma.

    Hunter Biden não foi acusado de violar a lei federal sobre lobby estrangeiro. Os republicanos levantaram alegações não comprovadas de que o presidente Biden, Hunter Biden e outros membros da família se envolveram em má conduta financeira, o que a Casa Branca nega.

    A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse a repórteres nesta quarta-feira que o presidente não fez negócios com Hunter e não sabia que seu filho havia entrado em contato com o Departamento de Estado sobre o acordo da Burisma.

    A Burisma não comentou ao New York Times sobre a reportagem, publicada após Joe Biden anunciar no mês passado que não tentará a reeleição à Presidência.

    Phillips, o então embaixador, disse ao Times que recebeu muitas cartas e não se lembrava de uma especificamente de Hunter Biden. Acrescentou que ele não teria "necessariamente" encorajado uma resposta sua para evitar alimentar a aparência de tratamento especial.

    O governador da Toscana na época, Enrico Rossi, disse ao Times que nunca conheceu Hunter Biden e não se lembrava de a embaixada dos EUA ter entrado em contato com ele sobre o projeto planejado pela Burisma.

    Separadamente, Hunter Biden se declarou inocente de acusações criminais de impostos e deve ir a julgamento em 5 de setembro.

    Na semana passada, os promotores desse caso tributário acusaram Hunter Biden de aceitar pagamentos de um empresário romeno que buscava "influenciar agências do governo dos EUA", em conexão com uma investigação criminal na Romênia. O novo advogado de Biden nesse caso, Mark Geragos, não pôde ser encontrado para comentar o assunto em um primeiro momento.

    Hunter Biden será sentenciado em 13 de novembro em outro caso, após ter sido condenado por acusações de mentir sobre seu uso de drogas ilegais para comprar uma arma.

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