"Imigrantes estão comendo pets": a maior mentira contada por Trump no debate
Ex-presidente propagou desinformação no confronto contra Kamala Harris
Reuters – No debate presidencial de terça-feira, o candidato republicano Donald Trump fez uma série de afirmações falsas, mas a que mais chamou a atenção foi sua repetição de um boato absurdo: imigrantes estariam comendo animais de estimação em Ohio. Trump alegou, sem provas, que imigrantes haitianos em Springfield estariam roubando cães e gatos de moradores para se alimentar. "Eles estão comendo os cachorros! Estão comendo os gatos!", declarou Trump.
A vice-presidente democrata Kamala Harris, que concorre à presidência, riu e balançou a cabeça em descrença. O moderador interveio, afirmando que não há relatos confiáveis de animais de estimação sendo prejudicados. Mesmo assim, Trump insistiu, dizendo que havia visto entrevistas na TV de pessoas que afirmavam que seus cães haviam sido roubados e comidos.
A Casa Branca condenou a desinformação viral mais cedo naquele dia, alertando que tais afirmações têm como objetivo dividir os americanos por meio de mentiras racistas. Trump e seu companheiro de chapa, o senador JD Vance, amplificaram esse boato sem qualquer base em fatos.
Esse não foi o único momento de desinformação no debate. Trump também repetiu sua já conhecida alegação de que milhões de imigrantes estão invadindo os Estados Unidos vindos de prisões e hospitais psiquiátricos de outros países. Ele descreveu essas pessoas como violentas e como uma ameaça às cidades americanas, o que também não tem base na realidade.
No decorrer do debate, Trump fez outras alegações exageradas, como a de que os democratas apoiam o aborto até o nono mês e até mesmo a "execução de bebês" após o nascimento, uma afirmação completamente falsa. Harris, por sua vez, defendeu o direito ao aborto conforme a decisão da Suprema Corte de 1973, mas não há qualquer apoio da candidata ou de seu companheiro de chapa, Tim Walz, à ideia de infanticídio.
Outro momento polêmico veio quando Trump afirmou que Israel deixaria de existir dentro de dois anos caso Harris fosse eleita presidente. Sem fornecer evidências, ele sugeriu que o país seria destruído sob sua liderança, o que Harris prontamente refutou, destacando seu apoio constante a Israel ao longo de sua carreira.
O debate foi marcado por repetidas correções dos moderadores e desinformações vindas de Trump, que tentaram pintar um cenário catastrófico e, muitas vezes, irreal da política americana e mundial.
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