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    Israel captura médicos após invasão a hospital do norte de Gaza

    Operação no hospital, um dos três centros médicos na região norte de Gaza, colocou fora de serviço o último grande hospital na área, informou a OMS

    Palestinos deslocam-se na Faixa de Gaza (Foto: Hatem Khaled/Reuters)
    Guilherme Levorato avatar
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    Reuters - Forças israelenses detiveram dezenas de profissionais médicos de um hospital no norte de Gaza que invadiram na sexta-feira, informou o Ministério da Saúde do enclave.

    O exército israelense realizou uma operação no Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, na sexta-feira, ordenando que dezenas de pacientes e centenas de outras pessoas evacuassem o local, além de deter membros da equipe médica, incluindo o diretor da unidade, Hussam Abu Safiya.

    O Ministério da Saúde afirmou que não está claro o que aconteceu com Abu Safiya, expressando preocupação com seu bem-estar após relatos de membros da equipe liberados pelo exército na noite de sexta-feira, que disseram que ele foi agredido por soldados.

    O exército israelense não comentou imediatamente sobre os detidos.

    A operação no hospital, um dos três centros médicos na região norte de Gaza, colocou fora de serviço o último grande hospital na área, informou a Organização Mundial da Saúde em uma publicação na plataforma X.

    Alguns pacientes foram evacuados para o Hospital Indonésio, que não está operacional, enquanto médicos foram impedidos de acompanhá-los, segundo o Ministério da Saúde. Outros foram transferidos para um hospital no sul da Faixa de Gaza.

    Parte da equipe médica liberada chegou ao Hospital Al-Ahly Arab Baptist, na Cidade de Gaza.

    O exército israelense declarou na sexta-feira que combatentes do Hamas operavam no Hospital Kamal Adwan durante toda a guerra de 15 meses, transformando o local em uma fortaleza estratégica. O Hamas negou a acusação, classificando-a como "mentira" e afirmando que não havia combatentes no hospital.

    O Ministério da Saúde de Gaza também informou que ataques israelenses em toda a região mataram 18 palestinos no sábado, sendo pelo menos nove deles em uma casa no campo de Maghazi, no centro da Faixa de Gaza.

    O exército israelense declarou no sábado que começou a operar durante a noite contra alvos na área de Beit Hanoun, no norte de Gaza. "Tropas estão permitindo que civis que ainda estão na área se afastem por sua própria segurança", afirmou.

    Nos últimos meses, as forças israelenses expulsaram pessoas e destruíram grande parte da área ao redor das cidades de Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahiya, no norte. Palestinos acusam Israel de realizar uma limpeza étnica ao despovoar essas áreas para criar uma zona de buffer. Israel nega essa acusação, afirmando que o objetivo é evitar que combatentes do Hamas se reagrupem nessas regiões.

    A campanha de Israel contra o Hamas, que anteriormente controlava Gaza, já resultou na morte de mais de 45.400 palestinos, de acordo com autoridades de saúde do enclave. A maior parte da população de 2,3 milhões foi deslocada e grande parte de Gaza está em ruínas.

    A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e levou 251 reféns para Gaza, segundo números israelenses.

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