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Israel planeja cercar Jerusalém Oriental com mais 100 mil colonos

Netanyahu está atuando para minar a solução de dois estados

Assentamentos de judeus na Cisjordânia (Foto: Roberta Namour)

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Prensa Latina - O governo israelense planeja cercar a área ocupada de Jerusalém Leste com a ampliação de um bloco de colônias, que abrigará outros 100 mil judeus nos próximos quatro anos, denunciou nesta segunda-feira (15) um especialista palestino.

Em declarações ao portal de notícias Al Quds, Khalil Al-Tafakji, um especialista em assentamentos e terras, detalhou que as autoridades israelenses completaram a ampliação da Rota 60, que conecta a cidade com as colônias localizadas no sul da Cisjordânia.

Ele apontou que a Rota 60 se estende desde a cidade israelense de Nazaré, no norte, até Beersheba, no sul, mas esclareceu que em seu percurso atravessa a ocupada Cisjordânia para conectar as colônias ali.

A obra faz parte do plano estratégico israelense para estabelecer a Grande Jerusalém, através da construção de uma rede de túneis, estradas e infraestruturas que ocuparão mais terras palestinas, ressaltou.

Para isso, acrescentou, será ampliado o bloco de Gush Etzion, que agrupa numerosos assentamentos judeus no sul da chamada Cidade Santa.

A ideia, explicou, é adicionar outros 100 mil colonos nos próximos quatro anos nessas localidades, que a comunidade internacional considera ilegítimas por estarem situadas em terras palestinas.

“As autoridades de ocupação estão trabalhando nessa complexa rede de infraestrutura, para conectar todos esses assentamentos com Jerusalém Ocidental no maior processo de anexação das terras do sul da Cisjordânia”, alertou.

A iniciativa foi dividida em pequenos projetos, que serão implementados de forma simultânea e rápida, enquanto o mundo está com os olhos voltados para a Faixa de Gaza, indicou.

Al-Tafakji afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu está trabalhando para impedir qualquer divisão de Jerusalém e minar a solução de dois Estados.

Netanyahu está utilizando a guerra em Gaza para encobrir seus planos expansionistas, judaizar Jerusalém Oriental e engolir, ainda mais, zonas inteiras da Cisjordânia, ressaltou.

Há uma semana, o pesquisador palestino Fakhri Abu Diab também criticou outro plano israelense, que inclui a demolição de moradias árabes, bem como a confiscação de terras e propriedades em Jerusalém Oriental.

Em uma entrevista à agência de notícias Safa, o especialista em assuntos de Jerusalém criticou o projeto chamado “Reviver a herança judaica”, promovido pelo Ministério do Patrimônio.

Israel acelerou a implementação de seus planos de judaização dessa área "aproveitando as circunstâncias regionais e a preocupação mundial com a guerra israelense na Faixa de Gaza", concordou.

O especialista destacou que desde a ocupação de Jerusalém Oriental, após a guerra de 1967, o país vizinho confiscou quatro 4 mil hectares, o que representa 39 por cento da área.

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