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    Israel proíbe consulado espanhol de atender palestinos, em retaliação ao reconhecimento do Estado Palestino por Madri

    A decisão foi anunciada na véspera da oficialização do reconhecimento do Estado Palestino pelo governo espanhol

    Bandeira palestina é hasteada na ONU pela primeira vez (Foto: BENOIT TESSIER/Reuters)

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    247 - O Ministério de Relações Exteriores de Israel anunciou, nesta segunda-feira (27), a proibição do consulado espanhol em Jerusalém de atender palestinos. A decisão foi anunciada na véspera da oficialização do reconhecimento do Estado Palestino por Madri. A medida, segundo a agência de notícias AFP, entra em vigor no sábado, 1º de junho, e foi detalhada em comunicado da chancelaria israelense, especificando que o consulado poderá oferecer serviços consulares apenas aos residentes do distrito consular de Jerusalém e não aos residentes da Autoridade Palestina.

    "Hoje estamos aplicando medidas punitivas preliminares contra o consulado espanhol em Jerusalém, após o reconhecimento por parte do governo espanhol de um Estado palestino", disse o chanceler israelense, Iarael Katz, por meio de nota. "Não toleraremos que se atente contra a sobriedade e a segurança de Israel. Aqueles que premiam o Hamas e pretendem estabelecer um Estado terrorista palestino não terão contato com os palestinos."

    O reconhecimento do Estado Palestino por parte da Espanha resultou na convocação do embaixador israelense em Madri e no corte de relações diretas entre a representação diplomática espanhola e os palestinos. A diretriz da chancelaria israelense foi feita na esteira da declaração conjunta dos governos da Espanha, Noruega e Irlanda, oficializando o reconhecimento do Estado Palestino.

    O chanceler espanhol, José Manuel Albares, defendeu o reconhecimento, afirmando que busca justiça para os palestinos e segurança para Israel. Em paralelo, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel interrompesse imediatamente os ataques terrestres a Rafah, citando a grave situação humanitária no enclave de Gaza.

    Josep Borrell, chefe da política externa europeia, reuniu-se com o primeiro-ministro palestino, Mohammed Mustafa, para discutir o fortalecimento da Autoridade Palestina. Borrell destacou a necessidade de uma Autoridade Palestina robusta para alcançar a paz no Oriente Médio, considerando uma possível derrota do Hamas.

    Além disso, a Espanha reiterou a obrigação de Israel em cumprir as medidas cautelares da CIJ para cessar os bombardeios em Rafah, uma ordem vinculativa que faz parte de um processo movido pela África do Sul para conter o genocídio do povo palestino na região. O conflito atual em Gaza, iniciado em 7 de outubro após um ataque do Hamas ao território israelense. Em retaliação, Israel iniciou uma ofensiva que já deixou mais de 35 mil palestinos mortos.

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