Korybko: assassinato de Nasrallah confirma superioridade bélica de Israel
Analista geopolítico Andrew Korybko diz que todos erraram ao tratar do conflito entre Israel e Hezbollah
247 – A recente guerra entre Israel e o Hezbollah, que muitos analistas acreditavam estar em um impasse devido ao poderio militar do Hezbollah, surpreendeu a todos ao revelar a superioridade estratégica de Israel. De acordo com o analista geopolítico Andrew Korybko, o assassinato de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, é a prova cabal do domínio israelense no conflito.
“Israel soube explorar sua superioridade de inteligência, ao desferir um ataque direto que desarticulou o comando do Hezbollah e destruiu seus estoques de mísseis”, afirmou Korybko. Para ele, a morte de Nasrallah representa um ponto de inflexão, revelando que a estratégia de Destruição Mútua Assegurada (MAD) não foi capaz de conter a ofensiva israelense. “Ou o Hezbollah não teve a capacidade de reagir, ou simplesmente optou por não escalar o conflito, mas o fato é que Israel saiu vitorioso”, completou.
Korybko ainda destaca o alto nível de infiltração da inteligência israelense nas fileiras do Hezbollah, algo que pegou muitos especialistas de surpresa. “Eles sabiam onde estavam os principais depósitos de mísseis e os líderes mais importantes. Isso só foi possível com o uso de inteligência humana em níveis que ninguém esperava”, explicou o analista.
Outro ponto importante ressaltado por Korybko foi a falta de uma resposta mais agressiva por parte do Irã, tradicional aliado do Hezbollah no chamado Eixo da Resistência. Segundo ele, o Irã optou por não intervir diretamente para evitar uma guerra total com Israel. “Muitos acreditavam que o Eixo da Resistência jamais hesitaria em entrar no conflito, mas a realidade foi outra. A liderança iraniana, incluindo o líder supremo e a Guarda Revolucionária, decidiu não arriscar uma escalada que poderia levar a uma catástrofe maior”, analisou.
Essa falta de reação foi determinante para o sucesso da campanha israelense. O que antes era tratado como uma batalha de igual para igual, com ambos os lados presos na lógica da MAD, mostrou-se uma guerra em que Israel tinha a vantagem. Korybko ressalta que “a ideia de que o Eixo da Resistência agiria até o último momento foi desmentida pelos acontecimentos. Em vez disso, vimos uma postura muito mais cautelosa por parte do Irã e do Hezbollah.”
Esse conflito, que expôs as fraquezas estratégicas do Hezbollah, deve servir como lição para quem analisa a geopolítica do Oriente Médio, sugere Korybko. O especialista conclui que Israel não apenas demonstrou sua superioridade militar, mas também uma disposição política e ideológica de ir além, enquanto seus adversários mostraram-se mais racionais do que muitos previam.
A guerra entre Israel e o Hezbollah trouxe uma reavaliação das forças no Oriente Médio. Israel reafirmou sua superioridade, enquanto o Eixo da Resistência optou por evitar uma escalada que poderia resultar em um confronto global. Para Korybko, esse episódio mostra que análises anteriores sobre o equilíbrio de poder na região subestimaram as capacidades de Israel e a relutância do Irã em provocar um conflito de maiores proporções.
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