HOME > Mundo

Kremlin diz que sinal de Kiev para negociações de paz 'está em linha com Moscou'

"Vocês sabem que o lado russo nunca recusou negociações e sempre manteve a sua abertura ao processo de negociação", disse o porta-voz Dmitry Peskov

Porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov em Moscou 23/12/2021 REUTERS/Evgenia Novozhenina (Foto: REUTERS/Evgenia Novozhenina)

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira (24) que a mensagem transmitida pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, em visita à China, está de acordo com a posição de Moscou.

A Ucrânia está pronta para negociações com a Rússia, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, durante conversas com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, nesta quarta-feira .

"O lado ucraniano está disposto e pronto para conduzir o diálogo e as negociações com o lado russo", disse Kuleba, citado pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Moscou precisa de esclarecimentos sobre essa questão, porque ainda não há detalhes, disse o representante do Kremlin.

"Você e eu realmente sabemos, pelos relatos de Pequim, que tal declaração foi feita em uma reunião com [o ministro das Relações Exteriores da China] Wang Yi. A mensagem em si está em consonância com a nossa posição", disse Peskov aos repórteres.

"Vocês sabem que o lado russo nunca recusou negociações e sempre manteve a sua abertura ao processo de negociação", acrescentou Peskov.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, também expressou o apreço de Kiev pelo papel ativo e construtivo da China na promoção da paz e na manutenção da ordem internacional. Ele enfatizou que a Ucrânia valoriza a perspectiva de Pequim e considerou cuidadosamente o consenso de seis pontos alcançado entre a China e o Brasil.

Em maio, a China e o Brasil publicaram conjuntamente um memorando propondo uma resolução política para a crise ucraniana, sublinhando que as negociações são a única solução viável. O documento apelava à criação de condições para um diálogo direto e propunha uma conferência internacional de paz reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes para uma discussão justa de todas as propostas.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante o diálogo com Kuleba, disse que Pequim acredita que a resolução de todos os conflitos deve ser realizada na mesa de negociações.

"O lado chinês acredita que a resolução de todos os conflitos deve, em última análise, regressar à mesa de negociações, e a resolução de todas as disputas deve ser alcançada através de meios políticos", disse Wang, citado pela porta-voz do ministério.

Kuleba visita a China de 23 a 26 de julho. Uma fonte em Moscou, comentando as observações do ministro ucraniano, afirmou que se Kiev quisesse genuinamente negociar com a Rússia, em primeiro lugar revogaria a proibição de tais negociações. Em outubro de 2022, Vladimir Zelensky assinou um decreto proibindo negociações com o presidente russo Vladimir Putin.

Essa declaração é uma das várias expressões recentes de Kiev que indicam a vontade de iniciar conversações. Na semana passada, Zelensky mencionou a possibilidade de negociações de paz com Moscou, incluindo com o presidente Putin, e reconheceu a necessidade de resolver o conflito na Ucrânia o mais rapidamente possível.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, sugeriu que a retórica de Zelensky é influenciada pelas eleições nos Estados Unidos. Moscou reiterou a sua disponibilidade para o diálogo, mas observa que Kiev proibiu legalmente tais negociações. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também indicou que atualmente não existem condições para uma resolução pacífica na Ucrânia, afirmando que a concretização dos objetivos da operação militar especial continua sendo a prioridade da Rússia, que, por enquanto, só pode ser alcançada através de meios militares.

A situação é ainda mais complicada pelo fato de, até agora, a única autoridade representativa legítima na Ucrânia é a Suprema Rada (parlamento ucraniano) e o seu presidente, como salientou o presidente Putin. (Com informações da Sputnik). 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Relacionados