Kremlin responde à ameaça de Trump de sancionar petróleo russo
Presidente dos EUA ameaça com restrições caso Moscou seja "culpada" pelo fracasso do cessar-fogo na Ucrânia
247 - O Kremlin reagiu à recente ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas ao petróleo russo caso a trégua acordada entre os dois países sobre ataques à infraestrutura energética da Ucrânia seja rompida. A declaração do líder americano gerou resposta imediata de Moscou, que reiterou o compromisso com o cessar-fogo e acusou Kiev de não respeitar o acordo. As informações são da Sputnik News.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou na quarta-feira (2) que a Rússia continua cumprindo a moratória estabelecida em comum acordo com Washington e evitou comentar diretamente as ameaças de Trump. "A questão é altamente complicada e requer considerável esforço adicional. Nosso diálogo com o lado americano está em andamento", declarou Peskov, enfatizando que Moscou tem mantido comunicação constante com os Estados Unidos.
No último domingo, Trump anunciou que imporia tarifas de 25% a 50% sobre o petróleo russo caso considere Moscou responsável por uma eventual ruptura do cessar-fogo. A iniciativa, segundo o presidente dos EUA, seria uma forma de penalizar a Rússia por eventuais violações do acordo firmado entre ele e o presidente russo, Vladimir Putin, no mês passado.
A trégua, proposta pelo próprio Trump em 18 de março e aceita por Putin, estabeleceu uma moratória de 30 dias para ataques contra infraestrutura energética. O compromisso foi assumido por Moscou e publicamente endossado pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky. No entanto, o governo russo alega que a Ucrânia não respeitou os termos e continuou a realizar ataques contra instalações energéticas russas.
Peskov reforçou que Putin continua aberto a uma solução política para o conflito. "O fato de a Rússia, em coordenação com os Estados Unidos, ter declarado seu compromisso com uma moratória sobre ataques contra infraestrutura energética é a evidência mais clara disso", disse o porta-voz.
Moscou sustenta que, após a implementação da trégua, foi obrigada a derrubar sete de seus próprios drones kamikazes que estavam a caminho de alvos energéticos na Ucrânia, em cumprimento à ordem de Putin. Ainda assim, segundo a Rússia, ataques ucranianos continuaram de forma reiterada, minando a tentativa de manter a estabilidade.
O Kremlin alega que o "regime de Kiev" demonstrou falta de disposição para cumprir a trégua. "O regime de Kiev não está observando a moratória temporária e continua a lançar ataques diários contra nossa infraestrutura de energia", afirmou Peskov. "Manteremos nosso diálogo com o lado americano, apresentando pacientemente a realidade no terreno e a recusa de Kiev em buscar quaisquer passos significativos em direção à paz."
Apesar das tensões, Moscou indicou que pretende manter a trégua parcial, considerando-a um passo para a melhora nas relações bilaterais com os Estados Unidos. Por outro lado, Trump intensificou a pressão sobre a Rússia, reiterando sua disposição para aplicar sanções caso julgue necessário. O desenrolar dos próximos dias será determinante para definir os rumos do cessar-fogo e das relações entre as potências.
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