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Libertação de Julian Assange é vitória para todos os jornalistas do mundo

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), com sede em Bruxelas, na Bélgica, expressou em 25 de junho sua enorme satisfação com a liberdade do jornalista Julian Assange

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, sai de um tribunal distrital dos Estados Unidos após uma audiência, em Saipan, Ilhas Marianas do Norte, EUA, 26 de junho de 2024. (Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji)

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Por Sergio Ferrari, de Berna, Suíça -  A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), com sede em Bruxelas, na Bélgica, expressou, hoje, 25 de junho, sua enorme satisfação com a liberdade do jornalista australiano Julian Assange, detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, Grã-Bretanha (https://www.ifj.org/es/sala-de-prensa/noticias/detalle/category/comunicados-de-prensa/article/reino-unido-la-liberacion-assange-gran-impulso-para-libertad-expresion).

Para a FIJ, que reúne 600.000 profissionais de meios de informação e comunicação filiados a 187 sindicatos e associações de imprensa de 140 países, esta é "uma vitória significativa para a liberdade de imprensa". A federação considera que o fato de 17 das 18 acusações de que Julian era vítima terem sido retiradas "evita a criminalização das práticas jornalísticas atuais". E incentiva as fontes, base insubstituível de onde nascem todos os conteúdos noticiosos sérios, a continuarem com a disposição de "compartilhar confidencialmente evidências de irregularidades e de criminalidade".

Liberdade negociada

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi libertado da prisão britânica onde estava detido na segunda-feira, 24, e deixou o Reino Unido após chegar a um acordo com o governo dos Estados Unidos, que lhe permitirá evitar ser extraditado para aquele país. (https://www.youtube.com/watch?v=IF5hScAXSfA).

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De acordo com o WikiLeaks, o voo de Assange após uma escala em Banguecoque continuou a sua viagem para a ilha de Saipan, no arquipélago das Marianas do Norte, um território estadunidense no Oceano Pacífico. De acordo com vários meios de comunicação internacionais, Assange vai declarar-se culpado do crime de espionagem perante um juiz, aceitando assim uma sentença de 5 anos e dois meses de prisão, já cumprida durante a sua detenção no Reino Unido. Após esse ato legal formal, Assange continuaria sua viagem à Austrália, seu país de origem.

De acordo com a Federação Internacional de Jornalistas, a liberdade deve permitir que Assange, "sujeito a um dos processos mais exagerados da história, desfrute de uma vida normal pela primeira vez em 14 anos, incluindo os 1901 dias que passou na prisão".

A FIJ foi um dos principais atores da mobilização internacional em solidariedade ao jornalista australiano, que começou em 2019, após o anúncio das acusações dos EUA contra o fundador do WikiLeaks.

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Um representante observador da FIJ participou de todas as audiências do processo que promovia a extradição do jornalista para os Estados Unidos, fornecendo relatórios e comentários sobre o processo. Em 18 de junho, o Comitê Executivo da FIJ organizou um protesto em Londres, em frente à prisão de segurança máxima onde o comunicador australiano estava detido.

Reforça o livre exercício do jornalismo

A jornalista francesa Dominique Pradalié, que preside a Federação Internacional de Jornalistas, ao comentar a libertação de Assange, disse: "É uma vitória para o direito de informar e de ser informado. É uma vitória para jornalistas de todo o mundo". Enquanto isso, seu colega e compatriota Anthony Bellanger, secretário-geral da mesma federação, declarou de Bruxelas: "A tentativa de processar Julian Assange lança uma nuvem sombria sobre os jornalistas, particularmente sobre aqueles que cobrem questões de segurança nacional. Se Assange tivesse ido para a prisão pelo resto de sua vida, qualquer repórter que recebesse um documento confidencial temeria enfrentar um destino semelhante (ao de Assange)". Bellanger sublinhou o sucesso da liberdade do colega australiano, embora tenha lembrado que mais de 500 jornalistas ainda estão encarcerados em prisões em todo o mundo.

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O sindicato suíço de imprensa e comunicação SYNDICOM, saudou em suas redes sociais a liberdade do colega australiano, em favor do qual promoveu e apoiou diversas campanhas de denúncia e solidariedade realizadas na Europa. Ele afirma: "Além de nossa alegria pela libertação, também criticamos as condições carcerárias absolutamente desumanas que Assange teve que suportar por anos e que causaram grande preocupação em todo o mundo. Alguns chegaram a compará-las a um quadro diário de tortura." O sindicato dos jornalistas suíços sublinhou que a liberdade de Assange "reforça os princípios fundamentais da liberdade de imprensa e envia um forte sinal a todos os jornalistas em todo o mundo: o seu trabalho é de importância vital para as sociedades democráticas e a defesa da liberdade de imprensa deve ser constantemente perseguida".

Tradução: Rose Lima.

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