TV 247 logo
      HOME > Mundo

      Líder da oposição na Tanzânia é acusado de traição após exigir reformas eleitorais

      Tundu Lissu, presidente do CHADEMA, enfrenta acusações graves após defender mudanças no sistema eleitoral antes das eleições de outubro

      O líder da oposição tanzaniana e ex-candidato presidencial do partido CHADEMA, Tundu Lissu, senta-se dentro do Tribunal de Magistrados Residentes de Kisutu, em Dar es Salaam, Tanzânia (Foto: REUTERS/Emmanuel Herman)
      Luis Mauro Filho avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - O líder da oposição na Tanzânia, Tundu Lissu, foi formalmente acusado de traição na última quinta-feira (10), após ser detido durante um comício público no qual exigia reformas eleitorais antes das eleições gerais previstas para outubro. A informação foi divulgada pela Associated Press.

      Lissu, que preside o principal partido de oposição do país, o CHADEMA, foi preso na noite de quarta-feira (9) em Mbinga, no sul do país, sob a acusação de incitação. Durante o comício, ele se recusou a entrar no veículo policial, afirmando: "Não entrarei no veículo. Dormiremos aqui. Qual é o problema?". Momentos depois, seus apoiadores foram dispersados com gás lacrimogêneo pelas forças de segurança. ​

      Na tarde de quinta-feira, Lissu compareceu ao tribunal de Kisutu, em Dar es Salaam, acompanhado de seus advogados e colegas de partido. Ele foi acusado de traição, crime que pode ser punido com a pena de morte na Tanzânia. Além disso, enfrenta uma acusação separada de divulgação de informações falsas, à qual se declarou inocente. A próxima audiência está marcada para 24 de abril. ​

      O CHADEMA tem criticado a falta de uma comissão eleitoral independente e leis que favorecem o partido governista, o Chama Cha Mapinduzi (CCM), no poder desde a independência do país em 1961. A oposição ameaça boicotar as eleições de outubro caso reformas significativas não sejam implementadas. ​

      Lissu, advogado de formação, já foi alvo de diversas detenções e, em 2017, sobreviveu a uma tentativa de assassinato em que foi baleado 16 vezes. Após anos no exílio, retornou ao país em 2023, após a presidente Samia Suluhu Hassan suspender a proibição de comícios da oposição. No entanto, organizações de direitos humanos acusam o governo de retomar práticas repressivas contra opositores. ​

      Analistas políticos alertam que as acusações contra Lissu podem indicar um retrocesso democrático na Tanzânia. O pesquisador Nicodemus Minde afirmou: "Essas são acusações graves e sérias, e uma indicação de que o governo fará qualquer coisa para permanecer no poder". ​

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Relacionados