Líder dos terroristas sírios beija as mãos de seus apoiadores enquanto afasta eleições

247 - O autoproclamado presidente de transição da Síria, Ahmed al-Sharaa, realizou suas primeiras viagens oficiais ao exterior desde que a ofensiva que liderou — amplamente apoiada por grupos terroristas — resultou na queda de Bashar al-Assad, em dezembro passado.

No último domingo (2), Sharaa encontrou-se com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, em Riade. Em um comunicado, ele destacou que discutiu com Bin Salman cooperação humanitária e econômica, além de “planos futuros abrangentes nas áreas de energia, tecnologia, educação e saúde”. A agência de notícias estatal saudita confirmou que os líderes abordaram a melhoria das relações bilaterais e os desenvolvimentos regionais.

Paralelamente, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que discutiu com Sharaa, em Ancara, medidas conjuntas para combater o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS). Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (4), Erdogan expressou apoio à Síria na luta contra o terrorismo e destacou a “forte vontade” de Sharaa nesse sentido. Ele também afirmou que a Turquia buscará o levantamento das sanções internacionais contra a Síria.

Erdogan confirmou ainda que visitará Damasco antes do início do Ramadã, em 1º de março, atendendo a um convite oficial de Sharaa, segundo a mídia turca. 

As visitas marcam um esforço para fortalecer os laços entre os países após anos de tensões, durante os quais Ancara e Riade apoiaram grupos que contribuíram para a derrubada de Assad.

Enquanto isso, o ministro do Interior sírio, Ali Kaddah, afirmou em entrevista à Sputnik que a Síria pretende impulsionar a cooperação em defesa com os Estados árabes, principalmente com os países vizinhos. Ele destacou que essa cooperação é uma prioridade para fortalecer a segurança do país e alcançar seu desenvolvimento sustentável. Kaddah também ressaltou que a liderança síria está focada em estabelecer instituições eficazes de aplicação da lei, criando um ambiente propício para investimentos.

Um dos objetivos ao reforçar os laços de segurança é expulsar a ocupação israelense. Sharaa sugeriu que a comunidade internacional deve pressionar Israel para que retire suas tropas da zona desmilitarizada no sul da Síria, declarou ele durante a coletiva em Ancara.

As forças israelenses ocuparam a zona desmilitarizada na parte síria das Colinas de Golã em dezembro e declararam o fim do tratado de separação de forças entre Síria e Israel, acordado após a Guerra Árabe-Israelense de 1973.

No entanto, enquanto busca fortalecer laços internacionais, Sharaa adiou a realização de eleições presidenciais na Síria. Em entrevista ao canal Syria TV nesta segunda-feira (3), ele afirmou que serão necessários “de quatro a cinco anos” para organizar o próximo pleito presidencial. (Com informações da Sputnik).