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    Líderes do BRICS se mobilizam pela paz na Ucrânia

    Proposta sino-brasileira foi destaque na Cúpula do BRICS na Rússia, ganhando apoio de Moscou, mas enfrentando críticas da ONU e de Kiev

    Cúpula do BRICS em Kazan, Rússia (Foto: TASS)

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    247 - O ministro das Relações Exteriores da África do Sul, Ronald Lamola, receberá seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, em Pretória para conversações no dia 28 de outubro, informou o Departamento de Relações Internacionais sul-africano nesta quinta-feira (24). A visita de Sybiha à África do Sul tem como objetivo fortalecer as relações entre os dois países, acrescentou a nota.

    “O ministro das Relações Internacionais e Cooperação, Sr. Ronald Lamola, receberá seu homólogo ucraniano, Sr. Andrii Sybiha, ministro das Relações Exteriores, para Consultas Políticas na segunda-feira, 28 de outubro de 2024, em Pretória,” diz o comunicado, citado pela agência Sputnik.

    Esta será a primeira viagem do ministro ucraniano à África do Sul desde que assumiu o cargo em setembro. Ele iniciou uma viagem de seis dias pela África e o Oriente Médio nesta terça-feira, incluindo Omã, Angola e Egito, com o objetivo de angariar apoio para a Ucrânia no Sul Global.

    Em setembro, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou que apoia a iniciativa de resolução política da guerra na Ucrânia, proposta em maio pela China e pelo Brasil, durante sua visita de Estado à China.

    Em maio, Pequim e Brasília emitiram o documento “Entendimentos Comuns entre China e Brasil sobre a Resolução Política da Crise na Ucrânia” após uma reunião entre o chanceler chinês, Wang Yi, e o assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, em Pequim. No documento conjunto, os dois países defendem que o diálogo e as negociações são a única solução viável para a crise na Ucrânia e expressam apoio a uma conferência internacional de paz reconhecida tanto por Moscou quanto por Kiev.

    O plano sino-brasileiro foi um dos temas centrais da cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia. O Kremlin saudou a iniciativa de paz conjunta sobre a Ucrânia, que foi discutida em reuniões bilaterais à margem do fórum, segundo a agência Interfax. No entanto, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse nesta quarta-feira que a declaração da cúpula do BRICS demonstrou que o grupo de países não tem uma posição unificada sobre a guerra na Ucrânia.

    "As tentativas de Moscou de impor uma ideia de uma suposta posição alternativa do chamado Sul Global em relação à agressão russa contra a Ucrânia falharam novamente", disse o ministério em um comunicado, citado pela agência Reuters. "A declaração demonstrou que o Brics, como uma associação, não tem uma posição conjunta sobre a agressão russa contra a Ucrânia", acrescentou.

    O secretário-geral da ONU, António Guterres, ecoou as críticas de Kiev e Bruxelas, e chegou a sugerir que o plano não traria "justiça" para a Ucrânia. "Precisamos de paz na Ucrânia. Uma paz justa de acordo com a Carta da ONU, a lei internacional e as resoluções da Assembleia-Geral da ONU", disse Guterres na cúpula do BRICS.

    No documento, os líderes do BRICS expressaram preocupação com "o aumento da violência e a continuação de conflitos armados em diferentes partes do mundo, incluindo aqueles que têm impacto significativo em níveis regional e internacional". Nesse sentido, "notaram com satisfação" as propostas para resolver o conflito ucraniano e também lembraram as posições nacionais sobre o assunto.

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