'O Ocidente usa a Ucrânia para criar ameaças críticas à Rússia', diz Putin

247 - Durante reunião ampliada do BRICS, realizada nesta quinta-feira (24) em Kazan, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um pronunciamento no qual criticou duramente a postura dos países ocidentais em relação à Ucrânia e ao cenário geopolítico global. Putin destacou, segundo a RT, que o Ocidente está "usando" a Ucrânia para criar "ameaças críticas" à segurança da Rússia, ignorando preocupações legítimas sobre a violação dos direitos das populações de língua russa.

"A Ucrânia tem sido e está sendo usada para criar ameaças críticas à segurança da Rússia, enquanto nossos interesses vitais, nossas justas preocupações sobre a violação dos direitos dos povos de língua russa estão sendo ignorados. [Estados ocidentais] nem mesmo escondem mais seu objetivo de infligir uma derrota estratégica ao nosso país", afirmou Putin, enfatizando que os esforços ocidentais para subjugar a Rússia são uma "mera ilusão".

O líder russo também aproveitou a oportunidade para reforçar a unidade do povo russo diante das ameaças externas. "Só quem não conhece a história da Rússia pode acreditar nisso, porque não leva em conta a unidade e a força de espírito dos russos forjadas ao longo dos séculos", declarou Putin.

Em seu discurso, o presidente russo também criticou o domínio ocidental sobre a ordem mundial e destacou o papel crescente dos países do Sul e do Leste globais. "Países no Sul Global e no Leste Global, todos nós compartilhamos valores semelhantes e uma visão de uma nova ordem mundial democrática que reflita a diversidade cultural e civilizacional. E estamos convencidos de que essa ordem mundial deve ser governada por princípios universais de respeito aos interesses legítimos locais e à escolha soberana dos povos e nações, na adesão ao direito internacional", disse Putin.

O presidente concluiu afirmando que a transição para uma nova ordem mundial será difícil devido à resistência das potências ocidentais, que, segundo ele, estão "acostumadas a dominar tudo e todos". Contudo, ele expressou confiança de que essa mudança é inevitável.