Macron nega renúncia e diz que indicará novo primeiro-ministro nos próximos dias
Presidente francês promete cumprir mandato até 2027
Reuters – O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que nomeará um novo primeiro-ministro nos próximos dias, após a queda de Michel Barnier, que renunciou ao cargo na quinta-feira (5) após sofrer um voto de desconfiança no parlamento. A prioridade imediata do novo chefe de governo será a aprovação do orçamento de 2025, uma tarefa crucial em meio à crescente incerteza política no país.
Barnier, um conservador experiente, deixou o cargo apenas três meses após sua nomeação, tornando-se o primeiro-ministro com mandato mais curto na história moderna da França. Em um pronunciamento televisionado, Macron negou responsabilidade pela crise política, atribuindo o impasse ao que chamou de uma "frente anti-republicana" formada por partidos de extrema direita e esquerda.
"O mandato que vocês me confiaram é de cinco anos, e vou cumpri-lo até o fim," declarou Macron, reiterando que permanecerá no cargo até maio de 2027.
Desafios políticos e econômicos
Macron, cujo governo interino liderado por Barnier continuará em exercício até a formação do novo gabinete, destacou que uma legislação especial será apresentada até meados de dezembro para evitar lacunas orçamentárias. O novo governo, por sua vez, terá a responsabilidade de preparar um orçamento abrangente para 2025, levando em conta a inflação.
O cenário político, no entanto, segue marcado por divisões profundas no parlamento. A decisão de Macron de convocar eleições antecipadas em junho resultou em uma legislatura fragmentada, dificultando a governabilidade. Observadores apontam que o próximo primeiro-ministro enfrentará os mesmos desafios que levaram à queda de Barnier, especialmente no controle do déficit fiscal do país.
A incerteza no horizonte
A crise política também gerou nervosismo nos mercados financeiros. Embora ações e títulos franceses tenham registrado ganhos iniciais após a esperada saída de Barnier, analistas apontam que a incerteza persistente deverá manter elevados os riscos para os ativos franceses. Segundo o banco Société Générale, o cenário atual pode aumentar a pressão por novas eleições parlamentares, que poderiam ocorrer em julho de 2025.
Em meio à crise, Macron aproveitou seu discurso para destacar a capacidade da França de realizar grandes feitos, citando a reconstrução da Catedral de Notre-Dame e o sucesso dos Jogos Olímpicos de Paris como exemplos. "Eles são provas de que podemos fazer o impossível. O mundo nos admira por isso," afirmou.
O evento de reabertura da catedral, marcado para este sábado, será acompanhado por líderes mundiais, incluindo o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, ainda não está claro se o novo governo estará formado até então.
Quem será o novo primeiro-ministro?
Entre os possíveis sucessores de Barnier, o nome de François Bayrou, líder centrista e aliado de longa data de Macron, tem sido citado pela imprensa francesa. No entanto, Macron enfatizou que o novo governo deverá representar uma coalizão diversificada ou, no mínimo, contar com o apoio parlamentar necessário para evitar moções de censura.
Enquanto o presidente trabalha para superar a crise, permanece a dúvida sobre sua capacidade de liderar um governo funcional em um parlamento dividido, especialmente diante da necessidade de equilibrar as contas públicas e responder às demandas sociais.
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