Manifestações crescem na Sérvia com "greve geral"

247 - Uma greve liderada por estudantes reuniu dezenas de milhares de pessoas em manifestações por toda a Sérvia. Professores e advogados também aderiram ao movimento antigoverno. 

"Apoio os estudantes nesta grande luta por um país livre, por justiça, por responsabilidade e por competência", declarou à agência AFP Nikola Nikacevic, professor de 48 anos, durante o protesto de sexta-feira (24) na capital Belgrado.

Paralelamente, na sexta-feira, o presidente Aleksandar Vucic reuniu milhares de apoiadores em um comício na cidade de Jagodina, região central da Sérvia, para contrapor as manifestações.

Os EUA declararam que não apoiam aqueles "que minam o Estado de direito ou que tomam posse de prédios governamentais à força".

Há dois meses, as universidades sérvias estão bloqueadas pelos protestos, assim como muitas escolas. O estopim dos protestos foi uma tragédia ocorrida em novembro de 2024, quando o toldo de concreto de uma estação de trem recém-reformada em Novi Sad desabou, matando 15 pessoas. Os manifestantes atribuem o desastre à corrupção no governo, enquanto as autoridades negam qualquer responsabilidade pelas mortes.

A estação onde ocorreu a tragédia fazia parte de um projeto de infraestrutura financiado pela China, segundo informações da agência Deutsche Welle. Em decorrência do incidente, 13 pessoas foram indiciadas, incluindo um ex-ministro.

Os protestos também se espalharam para cidades como Novi Sad, Belgrado e Nis, e continuaram a crescer durante o fim de semana.

Vucic e seus aliados acusam os manifestantes de estarem sendo manipulados por potências estrangeiras com o objetivo de desestabilizar o governo. Apesar disso, o presidente propôs diálogo com os estudantes, mas as negociações foram rejeitadas pelo movimento.