Manifestantes dizem que detenção do prefeito de Istambul é um golpe à democracia turca

(Reuters) – Manifestantes próximos à sede principal da polícia de Istambul disseram nesta quarta-feira que a detenção do principal rival político do presidente Tayyip Erdogan e prefeito da cidade, Ekrem Imamoglu, representa um golpe à democracia turca.

Mais cedo, as autoridades turcas prenderam Imamoglu, do principal partido de oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP), sob acusações de corrupção e auxílio a um grupo terrorista, o que gerou protestos e indignação por parte da oposição e de críticos do governo.

Mais de 100 pessoas se reuniram perto da sede da polícia, para onde Imamoglu foi levado após sua prisão, entoando palavras de apoio ao prefeito e slogans contra o governo.

“Eles estão realizando um golpe agora contra Imamoglu, que derrotou Erdogan quatro vezes nas urnas desde 2019 com a vontade da nação”, disse Bulent Gulten, um manifestante, referindo-se às eleições municipais nacionais de 2019 e 2024, quando o CHP de Imamoglu venceu Erdogan ao conquistar a maioria das grandes cidades.

“Hoje, a nação turca se unirá mais uma vez contra aqueles que traem a democracia e a vontade nacional. Ekrem Imamoglu está crescendo e ganhando força aos olhos do povo”, acrescentou.

Forças de segurança bloquearam as ruas que levam à sede da polícia, com tropas de choque e caminhões com canhões de água fechando os acessos, enquanto o gabinete do governador de Istambul proibiu todas as reuniões públicas após a prisão de Imamoglu.

“Viemos aqui para apoiar o prefeito. Eles o prenderam injustamente. Por isso estamos aqui para demonstrar nosso apoio”, disse Murat Sapankaya, um funcionário municipal presente no protesto.

Imamoglu, 54 anos, intensificou suas críticas a Erdogan e ao governo nos últimos meses, o que levou a uma onda de ações legais e processos contra ele. Nesta quarta-feira, ele afirmou que não desistirá e continuará resistindo à pressão.

“Na verdade, já prevíamos que Imamoglu logo passaria por um processo de detenção como esse. Estamos todos aqui até que a decisão seja revertida e a justiça seja feita”, disse Yilmaz Arslan, outro manifestante.