Marine Le Pen, chefe da extrema direita francesa, lidera pesquisa para próxima eleição presidencial

Por RFI - Se as eleições fossem hoje, Marine Le Pen, do partido Reunião Nacional, obteria entre 34% e 35% dos votos no primeiro turno, seguida pelo candidato da aliança de centro-direita de Macron, seja o ex-primeiro-ministro Édouard Philippe (26%-27%) ou o também ex-chefe de governo Gabriel Attal (22%-24%).

Embora a esquerda tenha se unido em uma frente comum nas eleições legislativas de 2022 e 2024, depois de concorrer separadamente nas eleições presidenciais de 2022, o Ifop defende este último cenário e levanta vários nomes de líderes de esquerda na sua pesquisa.

O veterano líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon teria o maior número de votos, entre 9% e 10%, seguido pelo comunista Fabien Roussel (5%-6%), a ambientalista Marine Tondelier (5%-6%) e o socialista Olivier Faure (4%). Se, em vez de Faure, o Partido Socialista apresentasse o ex-presidente e atual deputado François Hollande, PS duplicaria o resultado entre 7% e 8%, especialmente em detrimento do eventual candidato da aliança de Macron. Mas nenhum dos candidatos potenciais da esquerda teria chance de chegar ao segundo turno.

Pesquisa em meio à incerteza política

O instituto Ifop realizou a pesquisa no início de setembro, em plena crise política na França, após a antecipação inesperada das eleições legislativas de junho pelo centro-direitista Macron. O resultado do pleito em julho mostrou uma Assembleia Nacional (câmara baixa) dividida em três blocos principais – esquerda, centro-direita e extrema direita –, todos longe da maioria absoluta de 289 votos.

Para superar a atual crise política, o presidente de centro-direita nomeou Michel Barnier, um político veterano do partido de oposição de direita Os Republicanos (LR), como primeiro-ministro. Seu líder Laurent Wauquiez alcança entre 4% e 5% das intenções de voto para 2027.

Marine Le Pen chegou ao segundo turno nas duas últimas eleições presidenciais, em 2017 e 2022, mas em ambos os pleitos foi derrotada por Macron. Em 2012 ela ficou em terceiro lugar e o cargo foi disputado por Nicolas Sarkozy e François Hollande. Em 2002, seu pai Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional, antigo nome do principal partido de extrema direita do país, também chegou ao segundo turno junto com Jacques Chirac, mas foi derrotado.