Medvedev ameaça resposta com armas de destruição em massa contra Ucrânia e Otan
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reduziu nesta terça-feira os limites para o uso de armas nucleares pelo país
247 - O uso de mísseis da Otan contra a Rússia dá o direito de responder com armas de destruição em massa contra Kiev e instalações militares da Otan, disse nesta terça-feira (19) o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.
"A nova doutrina nuclear da Rússia significa que mísseis da Otan disparados contra nosso país podem ser considerados um ataque do bloco à Rússia. A Rússia pode retaliar com armas de destruição em massa contra Kiev e as principais instalações da Otan, onde quer que estejam localizadas. Isso significa a Terceira Guerra Mundial", disse Medvedev no X.
Segundo a Sputnik, ele afirmou que permitir ataques com mísseis de longo alcance não será capaz de fazer uma contribuição significativa para as ações militares de Kiev, já que já houve tentativas de usar mísseis de longo alcance da Otan no território russo.
"Esses mísseis não serão capazes de fazer uma contribuição significativa para as ações militares do inimigo... Não é tão importante quem e quando tomou a decisão de usar mísseis balísticos táticos e de cruzeiro de longo alcance dos países da Otan 'no interior do território' da Rússia. Além disso, já houve tentativas de usá-los contra o nosso país", disse Medvedev no Telegram.
A administração atual dos EUA está deliberadamente criando uma escalada do conflito, que a equipe do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, terá que lidar, afirmou Medvedev.
"Depois que a poeira levantada pelos jornais ocidentais se assentou um pouco, é óbvio que, apesar da evidente intenção propagandística das publicações, o que está acontecendo pode ter consequências muito sérias", disse Medvedev.
Mais cedo, o New York Times informou, citando representantes anônimos da administração dos EUA, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou pela primeira vez a Ucrânia a usar mísseis americanos de longo alcance para atacar o território russo. Segundo as fontes, os primeiros ataques em território russo provavelmente serão realizados com mísseis ATACMS.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a permissão para atacar profundamente a Rússia, se fosse aceita e comunicada ao regime de Kiev, representaria uma nova rodada de tensões. Ele também lembrou que o presidente russo, Vladimir Putin, formulou claramente a posição de Moscou em relação às decisões sobre ataques de longo alcance no território russo. Putin declarou anteriormente que os países da OTAN não estavam apenas debatendo o possível uso de armas ocidentais de longo alcance por Kiev; na verdade, estavam decidindo se participariam diretamente do conflito ucraniano. A participação direta de países ocidentais no conflito ucraniano mudaria a sua essência; a Rússia seria forçada a tomar decisões com base nas ameaças que isso criaria, acrescentou.
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