Membros do Conselho de Segurança da ONU pedem aumento significativo de ajuda à Faixa de Gaza
O governo israelense já foi denunciado na Corte Internacional de Justiça, mas a iniciativa não impediu a continuidade do massacre no território palestino
Por Daphne Psaledakis e Patricia Zengerle
(Reuters) - Membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas pediram, nesta segunda-feira, por um aumento significativo da ajuda aos necessitados em Gaza, alertando que a situação no enclave palestino está cada vez pior.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, disse que é necessário um "aumento enorme, enorme da ajuda" para Gaza, onde a maior parte da população de 2,3 milhões de pessoas foi deslocada de suas casas e autoridades de saúde palestinas dizem que mais de 43.922 palestinos foram mortos pela ofensiva de Israel.
"A situação é devastadora e, francamente, incompreensível, e está piorando, não melhorando. O inverno chegou. A fome é iminente e, 400 dias após o início desta guerra, é totalmente inaceitável que esteja mais difícil do que nunca levar ajuda a Gaza", disse Lammy.
Homens armados liderados pelo Hamas atacaram Israel em outubro do ano passado, matando 1.200 pessoas e sequestrando mais de 250 reféns, segundo dados israelenses.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse ao Conselho de Segurança que Washington acompanha de perto as ações de Israel para melhorar a situação humanitária dos palestinos e se engaja diariamente com o governo israelense.
"Israel também deve tomar medidas urgentes adicionais para aliviar a catastrófica situação humanitária em Gaza", afirmou.
O governo do presidente Joe Biden concluiu neste mês que Israel atualmente não está impedindo a assistência a Gaza e, portanto, não está violando a lei dos EUA, embora Washington reconheça que a situação humanitária no enclave palestino segue crítica.
A avaliação ocorre após os EUA, em uma carta de 13 de outubro, darem a Israel uma lista de passos a serem tomados dentro de 30 dias para lidar com a situação em deterioração em Gaza, alertando que o não cumprimento poderia ter possíveis consequências no envio de ajuda militar dos EUA a Israel.Thomas-Greenfield disse que Israel trabalha para implementar 12 dos 15 passos.
"Precisamos ver todas as medidas totalmente implementadas e mantidas, e precisamos ver melhorias concretas na situação humanitária na prática", afirmou, incluindo Israel passar a permitir que caminhões comerciais entrem em Gaza juntamente com assistência humanitária, abordar a persistente ausência de lei e implementar pausas nos combates em grandes áreas de Gaza para permitir que a ajuda chegue aos necessitados.
Tor Wennesland, coordenador da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, disse que as agências humanitárias enfrentam um ambiente desafiador e perigoso em Gaza e lidam com restrições de acesso que dificultam o trabalho.
"A situação humanitária em Gaza, com o início do inverno, é catastrófica, particularmente no norte de Gaza, com um deslocamento em grande escala e quase total da população, destruição generalizada e desmatamento, em meio ao que parece ser um preocupante desrespeito ao direito humanitário internacional", disse Wennesland.
"As condições atuais estão entre as piores que vimos durante toda a guerra e não há perspectiva de melhora", acrescentou.
(Reportagem de Daphne Psaledakis)
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