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    Meta sofre para conter discurso de ódio antes de eleição nos EUA

    "Houve uma falha real na revisão imediata dessas publicações", disse Ellen Judson, pesquisadora da Global Witness

    Logotipo da Meta Platforms (Foto: REUTERS/Arnd Wiegmann)

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    (Reuters) - A Meta -- proprietária do Facebook e do Instagram -- enfrenta dificuldades para conter e lidar totalmente com o discurso de ódio antes das eleições nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa compartilhada exclusivamente com a Thomson Reuters Foundation.

    A organização sem fins lucrativos Global Witness testou como o Facebook está lidando com o discurso de ódio antes da votação presidencial, analisando 200.000 comentários nas páginas de 67 candidatos ao Senado dos EUA entre 6 de setembro e 6 de outubro.

    Quando os pesquisadores da Global Witness usaram a ferramenta de denúncia do Facebook para sinalizar 14 comentários que consideraram violações especialmente graves das regras de discurso de ódio da Meta em seus "padrões de comunidade", a Meta levou dias para reagir.

    Os comentários sinalizados pelos pesquisadores -- alerta: contém linguagem ofensiva -- referiam-se a muçulmanos como uma "praga", a judeus como "consanguíneos e parasitas" e chamavam uma candidata política de "porca lésbica".

    A Meta removeu alguns, mas não todos, dos 14 comentários do Facebook após a Global Witness enviar um email diretamente à empresa, disseram os pesquisadores.

    "Houve uma falha real na revisão imediata dessas publicações", disse Ellen Judson, pesquisadora da Global Witness que supervisionou o teste.

    As conclusões chegam no momento em que a Meta enfrenta críticas de longa data de pesquisadores, grupos de supervisão e parlamentares por não promover um ecossistema de informações saudável durante eleições em todo o mundo.

    Ainda em abril, a Comissão Europeia abriu uma investigação para avaliar se a Meta pode ter violado as regras de conteúdo online da União Europeia antes das eleições para o Parlamento Europeu.

    Judson disse que a forma como o Facebook tratou os comentários sinalizados pela Global Witness aponta para uma falha em como a plataforma lidas com discurso de ódio.

    Em um email, um porta-voz da Meta disse que o trabalho da Global Witness foi "baseado em uma pequena amostra de comentários e removemos aqueles que violavam nossas políticas".

    "Isso não reflete o trabalho que nossas equipes -- incluindo as 40.000 pessoas que trabalham com segurança e proteção -- estão fazendo para manter nossa plataforma segura antes das eleições", disse o porta-voz.

    Segundo os padrões de comunidade do Facebook, conteúdo que "ataca indivíduos com base em sua raça, etnia, nacionalidade, sexo, gênero, identidade de gênero, orientação sexual, afiliação religiosa, deficiências ou doenças é considerado uma violação".

    Embora não esteja claro quantos usuários foram expostos ao discurso de ódio, Judson disse que o impacto pode ser grande.

    "O abuso online pode ter um impacto psicológico negativo e fazer com que as pessoas reconsiderem sua participação na política. Para observadores externos, se deparar com esse tipo de discurso talvez dê a impressão de que esse não é um lugar para mim", disse.

    "Uma pequena quantidade de abuso ainda pode causar muitos danos."

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