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    Milhares protestam em toda a França contra a nomeação de primeiro-ministro de direita

    Protesto em Paris contou com a participação de parlamentares e líderes de partidos de esquerda, incluindo o fundador da França Insubmissa, Mélenchon

    Manifestantes se reúnem para denunciar a recusa do presidente francês Emmanuel Macron em nomear um primeiro-ministro da coalizão de esquerda Nova Frente Popular, em Marselha, França, 7 de setembro de 2024 (Foto: REUTERS/Manon Cruz)

    (Sputnik) - Milhares de pessoas foram às ruas em toda a França neste sábado, a pedido de partidos de esquerda, para protestar contra a nomeação do direitista Michel Barnier como novo primeiro-ministro, informaram os meios de comunicação franceses.

    Os partidos de esquerda da aliança Frente Popular Nova, que conquistaram a maioria das cadeiras nas últimas eleições parlamentares antecipadas, convocaram os cidadãos a realizar protestos em todo o país após o presidente francês, Emmanuel Macron, recusar-se a nomear sua candidata, Lucie Castets, como chefe do governo. O maior partido de esquerda do bloco, França Insubmissa, anunciou anteriormente que pelo menos 138 manifestações seriam realizadas em diferentes cidades francesas.

    Cerca de 2.000 manifestantes se reuniram na cidade de La Rochelle, no oeste da França, enquanto cerca de 300 pessoas participaram de uma manifestação na cidade vizinha de Saintes, informou a rádio France Bleu. Outra manifestação está marcada para as 13h00 GMT na cidade de Angoulême.

    Cerca de 600 pessoas se juntaram aos protestos no departamento ocidental da Dordonha, enquanto entre 300 e 400 pessoas protestaram em frente ao prédio da prefeitura na cidade de Pau, no sudoeste, disse a France Bleu. Aproximadamente 600 pessoas se reuniram perto do prédio da prefeitura na cidade de Le Mans, no noroeste.

    "Estou chocada com essa rejeição à democracia, essa rejeição às vozes dos eleitores. A esquerda está na liderança e a pessoa mais direitista de todas possíveis é nomeada primeiro-ministro", disse uma das manifestantes em Le Mans à rádio.

    Os protestos também chegaram à ilha de Córsega, onde cerca de 100 pessoas se reuniram em sua maior cidade, Ajaccio, para protestar contra Macron, informou a emissora.

    Em Paris, manifestantes estão participando de um comício contra a "usurpação de poder por Macron", organizado por partidos de esquerda, informou um correspondente da RIA Novosti.

    Os manifestantes estão marchando da Praça da Bastilha até a Praça da Nação, disse o correspondente, acrescentando que vários milhares de pessoas estão participando da manifestação, entoando palavras de ordem como "Macron, saia!", "Macron é um traidor, renuncie!", "Parem com a tomada de poder de Macron!", "Macron é antidemocracia". Os manifestantes em Paris também expressam sua oposição à nomeação de Barnier como novo primeiro-ministro.

    O protesto contou com a participação de parlamentares e líderes de partidos de esquerda, incluindo o fundador do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, disse o correspondente.

    O comício contou com a presença de 26.000 pessoas, informou a emissora BFMTV, citando as autoridades da cidade. Ao mesmo tempo, os organizadores disseram que 160.000 pessoas participaram do comício em Paris e 300.000 em todo o país.

    Na quinta-feira, Barnier, de 73 anos, foi nomeado por Macron para o cargo mais alto do governo francês, 60 dias após as eleições parlamentares antecipadas do país. Barnier é o político francês mais velho a assumir o cargo, substituindo Gabriel Attal, de 35 anos, que foi o mais jovem a ser nomeado.

    Os resultados das eleições deixaram o país com um parlamento fragmentado, sem que nenhum partido tivesse maioria. A Frente Popular Nova, uma ampla aliança que inclui França Insubmissa, os Socialistas, os Verdes e os Comunistas, saiu vitoriosa no segundo turno, conquistando 182 cadeiras na Assembleia Nacional, enquanto a coalizão de Macron ficou em segundo lugar com 168 cadeiras, e o partido direitista Reunião Nacional conquistou 143 cadeiras.

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