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Veja quem é Michel Barnier, novo premiê da França: linha dura sobre imigração e contra 'assistencialismo'

Michel Barnier fez parte de vários governos, tendo sido nomeado quatro vezes para ser ministro do governo francês

Michel Barnier (Foto: Sarah Meyssonnier / Reuters)

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Por RFI - Michel Barnier participa da política francesa desde os anos 1970, quando foi eleito conselheiro municipal – o equivalente a vereador. Em 1978 ele se tornou, aos 27 anos, o deputado mais jovem da Assembleia, cargo que ocupou durante 15 anos. Em seguida, já consolidado como um dos principais personagens da direita francesa, Barnier fez parte de vários governos, tendo sido nomeado ministro quatro vezes, nas pastas do Meio Ambiente, dos Assuntos Europeus, das Relações Exteriores e da Agricultura, além de ter sido senador durante dois anos.

Mas foi em Bruxelas que Barnier viveu alguns dos momentos mais importantes de sua carreira política, com dois mandatos de comissário europeu encarregado da política regional, antes de ser eleito eurodeputado. Sua experiência o levou a participar da elaboração da Constituição Europeia e, mais tarde, a ser escolhido para negociar o Brexit, longo processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

Essa foi, aliás, uma de suas missões de mais visibilidade, mas também uma das mais difíceis. Hábil negociador, durante quatro anos ele conduziu com firmeza as discussões que culminaram no divórcio de Londres com Bruxelas, após a assinatura do complexo acordo de 1.500 páginas que rege, desde janeiro de 2021, as relações entre a Europa e o Reino Unido.

De olho na presidência

Em 2021, quando a direita francesa escolhia seu representante para a eleição presidencial do ano seguinte, Barnier não escondeu sua pretensão de chegar à presidência da República e se candidatou às primárias do partido Os Republicanos, da direita tradicional. E mesmo se perdeu a disputa, algumas de suas declarações durante a campanha chamaram atenção.

O ex-comissário europeu defendeu posições firmes sobre imigração e segurança. Barnier propôs, nessa época, uma “moratória” de três a cinco anos sobre a imigração: essa “pausa” seria um “pré-requisito para retomar nossa política migratória em nossas próprias mãos”, explicou.

Com isso em mente, o candidato queria “pôr um fim à regularização incondicional de imigrantes sem documentos”, “acelerar o procedimento para os solicitantes de asilo”, tornar mais rigorosos os critérios que facilitam a reunião de imigrantes de uma mesma família e reduzir o número de vistos de longa duração emitidos.

Ele também surpreendeu e chocou até mesmo seus aliados ao sugerir que a França deveria se libertar das regras garantidas pelos órgãos legais da União Europeia e do Conselho da Europa em termos de política migratória.

Incentivo ao trabalho e ao mérito

O então pré-candidato para a eleição presidencial de 2022 prometeu uma “trajetória de economia rigorosa” para o orçamento do Estado e “controle da dívida”. Seguindo a linha da direita, o ex-ministro também disse que queria “incentivar o trabalho e o mérito, em detrimento de assistencialismo”, com uma proposta de suspender os benefícios dos desempregados “após duas recusas de uma oferta de trabalho razoável”.

Do ponto de vista ambiental, Barnier – que foi ministro do Meio Ambiente, mas também da Agricultura – prometia em 2021 “reduzir a poluição agrícola com os agricultores, e não contra eles”. Ele queria “descarbonizar a economia com as empresas, e não contra elas”.

Além disso, também prometeu “relançar” a energia nuclear e investir em energias renováveis, como a fotovoltaica, a biomassa e a hidrelétrica – mas não a energia eólica que, segundo ele, estaria “causando muitos danos”.

Voto contra descriminalização da homossexualidade

Logo após o anúncio da escolha de Barnier como primeiro-ministro, algumas de suas posições políticas consideradas polêmicas começaram a ser relembradas, principalmente por seus opositores.

Em 1981, quando ainda era deputado, ele foi um dos 155 parlamentares a votar contra a descriminalização da homossexualidade na França. Jean-Luc Mélenchon, chefe da esquerda radical, foi um dos primeiros a relembrar esse episódio.

(Com agências)

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