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    Na Ucrânia, premiê da Hungria propõe cessar-fogo para acelerar negociações de paz

    O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou a possibilidade de um amplo acordo de cooperação bilateral entre os dois países

    Viktor Orbán e Volodymyr Zelenskiy em Kiev (Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters)

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    Por Anastasiia Malenko e Anita Komuves

    KIEV (Reuters) - O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, pediu ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, nesta terça-feira, que considere um cessar-fogo para acelerar o fim da guerra com a Rússia e também disse que quer um grande acordo de cooperação com Kiev.

    Orbán, que é um crítico declarado da ajuda militar ocidental à Ucrânia e tem as relações mais calorosas de qualquer líder da União Europeia com o presidente russo Vladimir Putin, conversou com Zelensky durante sua primeira viagem a Kiev em mais de uma década.

    Em breves declarações conjuntas aos repórteres após as conversas, Orbán afirmou que valorizava o esforço de Kiev para promover a visão de paz de Zelensky em uma cúpula internacional em maio na Suíça e seu objetivo de realizar uma segunda cúpula de acompanhamento ainda este ano.

    "Pedi ao presidente que pense se poderíamos inverter a ordem e acelerar as conversações de paz fazendo um cessar-fogo primeiro", disse Orbán.

    "Um cessar-fogo vinculado a um prazo daria a chance de acelerar as negociações de paz. Explorei essa possibilidade com o presidente e sou grato por suas respostas honestas e negociações."

    Zelensky, que falou antes de Orbán, não respondeu a esses comentários.

    O líder ucraniano elogiou a possibilidade de um amplo acordo de cooperação bilateral entre a Ucrânia e a Hungria.

    "O conteúdo do nosso diálogo de hoje sobre todas as questões pode se tornar a base para um documento bilateral entre nossos Estados, um documento que regulará todas as nossas relações mútuas", afirmou ele.

    Ao saudar os comentários de Zelensky, Orbán disse que a Hungria gostaria de ajudar a modernizar a economia da Ucrânia.

    Os laços entre os vizinhos ficaram sob forte tensão depois que a Rússia lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com Budapeste frequentemente se opondo aos esforços da União Europeia para apoiar Kiev.

    Sob o comando de Orbán, que incomodou os parceiros ocidentais ao manter conversações com Putin em outubro passado, a Hungria acusou repetidamente a Ucrânia de restringir os direitos de cerca de 150.000 húngaros étnicos que vivem no extremo oeste da Ucrânia.

    A Ucrânia, por sua vez, está ansiosa para garantir o apoio da Hungria, pois depende muito do apoio financeiro e militar da UE, de 27 membros, onde a unanimidade é necessária para muitas decisões.

    Orbán associou a visita surpresa de terça-feira à Ucrânia ao fato de a Hungria ter assumido a presidência rotativa de seis meses do Conselho Europeu na segunda-feira.

    "O objetivo da presidência húngara é contribuir para resolver os desafios que a União Europeia tem pela frente. É por isso que minha primeira viagem foi a Kiev", escreveu Orbán no Facebook após sua chegada a Kiev.

    (Reportagem adicional de Gergely Szakacs e Olena Harmash)

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