Nova lei anti-LGBTQIA+ na Hungria proíbe eventos e provoca protestos em Budapeste
Legislação também autoriza uso de reconhecimento facial para identificar participantes; manifestantes bloqueiam ponto sobre o rio Danúbio em resposta
247 - O Parlamento da Hungria aprovou nesta terça-feira (18) uma nova lei que proíbe eventos do orgulho LGBTQIA+ e autoriza as autoridades a utilizarem software de reconhecimento facial para identificar os participantes dessas festividades. A medida provocou uma grande manifestação nas ruas de Budapeste, relata a agência Associated Press.
Após a votação, que resultou em 136 votos a favor e 27 contra, milhares de manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento húngaro, entoando slogans contra o governo. Posteriormente, bloquearam a Ponte Margarida sobre o rio Danúbio, interrompendo o tráfego e desconsiderando as instruções policiais para desocupar a área.
A legislação, apoiada pelo partido Fidesz do primeiro-ministro Viktor Orbán e por seus parceiros democrata-cristãos, foi aprovada em um procedimento acelerado, após ser submetida na segunda-feira.
A lei altera a legislação sobre assembleias na Hungria, tornando uma infração a realização ou participação em eventos que violem a legislação de "proteção infantil" do país, que proíbe a "exibição ou promoção" da homossexualidade para menores de 18 anos.
Participantes de eventos proibidos podem ser multados em até 200.000 forints húngaros (aproximadamente US$ 546), e as autoridades estão autorizadas a utilizar ferramentas de reconhecimento facial para identificar os indivíduos presentes nesses eventos.
Durante o protesto em frente ao Parlamento, Evgeny Belyakov, um cidadão russo que imigrou para a Hungria após enfrentar repressão na Rússia, expressou preocupação com a nova legislação: "É bastante assustador, para ser honesto, porque tivemos o mesmo na Rússia. Foi se construindo passo a passo, e sinto que é isso que está acontecendo aqui. Só espero que haja mais resistência como esta na Hungria, porque na Rússia não resistimos a tempo e agora é tarde demais."
Organizadores do Budapest Pride afirmaram que a lei tem como objetivo "transformar a comunidade LGBTQIA+ em bode expiatório" para silenciar vozes críticas ao governo de Orbán. "Isso não é proteção infantil, isso é fascismo", declararam os organizadores do evento, que atrai milhares de pessoas todos os anos e celebra a história do movimento LGBTQIA+, além de afirmar os direitos iguais da comunidade.
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