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    Novo regime sírio exalta Rússia em meio à incerteza sobre bases militares

    Novo líder de fato da Síria busca uma diplomacia equilibrista após acusações de receber apoio militar de Kiev na ofensiva que derrubou Bashar al-Assad

    Ahmed al-Sharaa, também conhecido como Abu Mohammad al-Jolani (Foto: Reuters)
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    247 - O novo regime sírio compartilha interesses estratégicos com Moscou e considera a Rússia a segunda nação mais poderosa do mundo, afirmou o líder de fato da Síria, Ahmed al-Sharaa, em entrevista ao canal Al Arabiya

    A declaração surge em meio à incerteza sobre a permanência das bases militares russas na Síria após a derrubada do presidente Bashar al-Assad no início deste mês, além de relatos de think tanks ocidentais indicando movimentações de equipamentos militares, possivelmente como parte de preparativos para uma retirada parcial ou total, conforme informou a BBC

    "A Rússia é o segundo Estado mais poderoso do mundo. Isso tem grande importância. A Síria compartilha interesses estratégicos com a Rússia", declarou al-Sharaa, também conhecido como Abu Mohammad al-Jolani, na entrevista ao canal, divulgada no último domingo (29). 

    As novas autoridades sírias não querem que a Rússia deixe o país "de maneira incompatível" com a natureza das relações bilaterais entre as duas nações, afirmou al-Sharaa.

    No último sábado (28), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou à agência Sputnik que Moscou não estava ciente de planos do governo interino sírio para revisar os acordos que estabelecem a presença militar russa no país. Lavrov destacou que as bases militares russas na Síria poderiam ser tema de negociações entre Moscou e Damasco.

    As duas bases russas mais importantes na Síria são o porto de Tartous, originalmente estabelecido pela União Soviética nos anos 1970 e posteriormente ampliado e modernizado pela Rússia em 2012, e a base aérea de Hmeimim, que entrou em operação em 2015, marcando a intervenção russa na guerra, em apoio a al-Assad contra as forças terroristas.

    Uma coalizão terrorista internacional apoiada por atores estrangeiros capturou Damasco em 8 de dezembro. Autoridades russas informaram que al-Assad renunciou após negociações com participantes do conflito sírio e deixou o país em direção à Rússia, onde recebeu asilo humanitário. Mohammed al-Bashir, que liderava uma administração baseada em Idlib formada pelo grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ligado à al-Qaeda, e outros grupos armados, foi nomeado primeiro-ministro interino. Posteriormente, ele anunciou que um governo provisório havia sido formado e permanecerá em vigor até março de 2025. 

    RELAÇÕES COM KIEV - As novas autoridades sírias também expressaram disposição em estabelecer relações estratégicas com a Ucrânia em diversas áreas, incluindo política e economia, afirmou nesta segunda-feira (30) o ministro das Relações Exteriores e Expatriados, Asaad al-Shibani.

    Uma delegação ucraniana chegou a Damasco naquele dia para realizar reuniões com al-Sharaa. "Haverá parcerias estratégicas entre Síria e Ucrânia nos níveis político, econômico, social e científico", disse al-Shibani, conforme citado pela agência SANA.

    O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou após a reunião que Kiev deseja restabelecer relações diplomáticas com a Síria e também está pronta para retomar a educação de estudantes sírios na Ucrânia.

    APOIO UCRANIANO - Em meio à ofensiva terrorista que derrubou al-Assad, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Política Externa do Irã, Ebrahim Rezaei, acusou o governo ucraniano de fornecer drones a terroristas na Síria, afirmando que Kiev deve ser responsabilizado por suas ações. 

    Além disso, instrutores ucranianos ensinaram os terroristas que capturaram Damasco a usar drones kamikaze, revelou um desertor do HTS à Sputnik no último dia 6. 

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