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"O projeto do imperialismo é deter a ascensão do BRICS", afirma Lejeune Mirhan

Analista geopolítico destaca o apoio dos EUA ao "terror israelense" no Líbano e alerta para nova ofensiva contra o Sul Global

Lejeune Mirhan e Joe Biden (Foto: Divulgação)

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247 – Em entrevista ao Bom Dia 247, o analista geopolítico Lejeune Mirhan fez declarações contundentes sobre a geopolítica mundial, destacando o papel dos Estados Unidos em apoiar ações militares de Israel contra o Hezbollah, no Líbano, e alertando sobre uma nova fase de ofensivas imperiais contra o Sul Global. De acordo com Mirhan, essas movimentações fazem parte de uma estratégia maior, que visa impedir o fortalecimento do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), considerado por ele "o único instrumento capaz de conter o imperialismo".

"O projeto do imperialismo é deter a ascensão do BRICS", afirmou o analista. Ele destacou que o aumento da adesão ao bloco é fundamental para contrapor o poderio das potências ocidentais, em especial dos Estados Unidos. "Por isso que é tão importante aumentar a adesão ao BRICS", pontuou.

Ação militar e contexto no Líbano

A entrevista de Mirhan foi realizada após um ataque aéreo israelense, ocorrido na noite de sexta-feira (27), que resultou na morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e de outros importantes comandantes da organização, incluindo Ali Karaki, responsável pela Frente Sul do grupo. A informação foi confirmada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) e repercutida por veículos internacionais como o The Times of Israel.

Segundo o comunicado oficial das FDI, o ataque teve como alvo uma reunião de altos escalões do Hezbollah, realizada em sua sede principal no subúrbio de Dahiyeh, ao sul de Beirute. Essa área, densamente povoada por xiitas, é considerada um reduto estratégico do grupo militante libanês. "O ataque foi realizado enquanto os altos escalões do Hezbollah estavam em sua sede e coordenavam atividades terroristas contra os cidadãos do Estado de Israel", declararam as FDI.

Até o momento, o Hezbollah não se pronunciou oficialmente sobre a morte de Nasrallah, mas fontes da agência AFP indicaram que o grupo perdeu contato com seu líder na noite do ataque, aumentando as especulações sobre seu falecimento.

Consequências regionais e geopolíticas

Para Lejeune Mirhan, o ataque no Líbano é mais uma evidência da "guerra do terror contra o Sul Global", impulsionada pelos interesses imperialistas ocidentais, em especial pela Casa Branca. "O que aconteceu no Líbano foi uma ação do terror israelense contra a ascensão deste novo mundo", acusou o analista. Ele vê esse ataque como parte de uma estratégia mais ampla para desestabilizar forças que atuam contra o que chamou de "projeto do Império".

No Líbano, as explosões destruíram seis prédios residenciais em Dahiyeh, deixando pelo menos seis mortos e 91 feridos, segundo o Ministério da Saúde do país. O número de vítimas pode aumentar, uma vez que equipes de resgate ainda estão nos escombros. As detonações também geraram ondas de choque que foram sentidas a mais de 30 quilômetros da capital Beirute, danificando prédios e causando pânico entre a população.

As imagens de destruição correram o mundo, e o incidente marcou um dos maiores ataques militares contra o Hezbollah em anos recentes. A expectativa é de que a morte de Nasrallah gere uma forte retaliação, o que pode agravar ainda mais a situação já tensa entre Israel e o Líbano, além de aumentar o risco de uma escalada regional.

Cúpula do BRICS e alerta sobre o futuro

Ainda durante sua entrevista, Mirhan expressou preocupação com a próxima cúpula do BRICS, marcada para outubro, na cidade de Kazan, Rússia. Para ele, o encontro será um teste crucial para a coesão do grupo e para sua capacidade de enfrentar as pressões externas. "Tem que tomar cuidado com essa cúpula de Kazan", alertou o analista, sugerindo que o bloco precisa se preparar para enfrentar novas tentativas de desestabilização.

Com suas declarações, Mirhan trouxe à tona uma perspectiva crítica sobre as recentes movimentações no Oriente Médio e sobre as disputas geopolíticas globais, associando os acontecimentos no Líbano à agenda imperialista que busca frear o avanço de potências emergentes e forças que se opõem à hegemonia ocidental.

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