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    Oito corpos são achados em garagem na Espanha e número de mortos nas enchentes chega a 155

    Autoridades locais não divulgaram quantas pessoas ainda não foram encontradas após as enchentes mais letais da Europa em anos

    Mulher olha pela janela rua enlameada após enchentes causadas por chuvas torrenciais em La Alcudia, na região espanhola de Valência 30/10/2024 REUTERS/Eva Manez

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    Reuters - Equipes de resgate encontraram nesta quinta-feira corpos de oito pessoas que ficaram presas em uma garagem depois que enchentes devastadoras atingiram o leste da Espanha, enquanto o número de mortos somente na região de Valência subiu para 155.

    As autoridades locais não divulgaram quantas pessoas ainda não foram encontradas após as enchentes mais letais da Europa em anos e a ministra da Defesa, Margarita Robles, disse que o número final de mortos no país poderia ser muito maior.

    Políticos da oposição acusaram o governo central de Madri de agir muito lentamente para alertar os moradores e enviar equipes de resgate, o que levou o Ministério do Interior a dizer que as autoridades regionais são responsáveis pelas medidas de proteção civil.

    A prefeita de Valência, María José Catalá, disse aos repórteres que um policial local estava entre os oito corpos encontrados afogados na garagem no subúrbio de La Torre. No mesmo bairro, acrescentou ela, uma mulher de 45 anos também foi encontrada morta em sua casa.

    "Essas pessoas não teriam morrido se tivessem sido avisadas a tempo", afirmou à Reuters Laura Villaescusa, uma vizinha e gerente de um supermercado local.

    Meteorologistas disseram que a chuva de um ano caiu em oito horas em partes de Valência na terça-feira.

    As enchentes prejudicaram a infraestrutura de Valência, varrendo pontes, estradas e trilhos de trem e submergindo terras agrícolas em uma região que produz cerca de dois terços das frutas cítricas cultivadas na Espanha, um dos principais exportadores mundiais de laranjas.

    Milhares de pessoas carregando sacolas ou empurrando carrinhos de compras puderam ser vistas na quinta-feira atravessando uma ponte de pedestres sobre o rio Turia, de La Torre até o centro da cidade de Valência, para estocar suprimentos essenciais, como papel higiênico e água.

    Maribel Albalat, prefeita da cidade vizinha de Paiporta, disse que eles nunca receberam um aviso sobre o perigo iminente de inundação. Segundo ela, 62 pessoas morreram na cidade.

    Cerca de 80 km de estradas na região leste foram seriamente danificadas ou ficaram intransitáveis, disse o ministro dos Transportes, Oscar Puente. Muitas estavam bloqueadas por carros abandonados.

    "Infelizmente, há cadáveres em alguns veículos", declarou Puente aos repórteres, acrescentando que levaria de duas a três semanas para restabelecer a conexão de trem de alta velocidade entre Valência e Madri.

    Em visita a um centro de coordenação de resgate próximo à cidade de Valência, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez pediu que as pessoas fiquem em casa devido à ameaça de mais tempestades.

    "Neste momento, o mais importante é proteger o maior número possível de vidas", afirmou ele aos repórteres.

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